Se no mandato passado o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), tinha 40 dos 41 vereadores na base de governo, nesta gestão ele terá de negociar mais para aprovar projetos na Câmara Municipal. Isso porque, além da bancada de oposição com sete vereadores, ele terá de enfrentar uma outra, também de sete parlamentares, que se declaram independentes. Ou seja, nas votações de quórum qualificado – alteração da Lei de Uso e Ocupação de Solo, por exemplo – ele não terá garantidos os votos suficientes para a aprovação dos projetos. Nesses casos, precisaria de 28, um a mais que os dos 27 da base.
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Dificuldade
Com a garantia de menos de um terço de vereadores do seu lado, Lacerda terá dificuldade para aprovar, por exemplo, projetos de empréstimo, gratuidade de serviço público e alterações no Código Tributário, na Lei de Uso e Ocupação do Solo e no Plano Diretor. O prefeito já sinalizou que pretende mandar ainda este ano, projetos propondo tanto alteração no plano diretor quanto na ocupação e uso do solo. A aprovação de contas do Executivo também depende de dois terços dos membros da Câmara.
Ainda no início do mandato em 2010, o prefeito conseguiu com facilidade aprovar por, exemplo, mudanças na Lei de Uso e Ocupação de Solo. Os vereadores já sinalizaram que não querem mais que projetos importantes passem pela Casa com tanta agilidade como passaram nos últimos quatro anos. As propostas que não têm quórum qualificado precisam de 21 votos para serem aprovadas.
Além das bancadas, o prefeito enfrenta uma Mesa Diretora que venceu contra o grupo apoiado por ele e assumiu um discurso de independência do Executivo. Mas nada é definitivo. O cenário pode mudar após Lacerda distribuir os cargos na prefeitura. Partidos da base podem ir para a bancada de independência e vice-versa.