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Estado de Minas

Disputa pelas vagas da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e do Senado é milionária

Futuros comandantes do Senado e da Câmara terão R$ 37 milhões para cargos de confiança


postado em 20/01/2013 00:12 / atualizado em 20/01/2013 07:21

Brasília – A disputa pelas vagas da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e do Senado envolve candidatos de última hora, denúncias contra os favoritos aos cargos e visitas Brasil afora para angariar apoio político. Em meio a tanta peleja e dúvidas que envolvem a eleição para as presidências e secretarias do Congresso, os concorrentes têm pelo menos uma única certeza: os vitoriosos terão à disposição uma enorme estrutura, que envolve a contratação de um batalhão de funcionários comissionados, além de ampla exposição e poder. Levantamento realizado pelo Estado de Minas nos dados de pessoal da Câmara dos Deputados mostra que, só para contratar pessoas de confiança, os integrantes da futura Mesa Diretora da Casa terão R$ 22,9 milhões por ano para gastar. Eles poderão ter 288 funcionários à disposição. No Senado, os futuros dirigentes gastarão R$ 14,9 milhões por ano para contratar pelo menos 88 assessores, com salários mensais que chegam a R$ 19,1 mil.

Além de multiplicar a capacidade de contratação de aliados e correligionários, os futuros ocupantes da Mesa Diretora do Senado e da Câmara vão poder controlar os gastos com passagens aéreas dos colegas e cuidar da parte administrativa das duas Casas. Terão ainda nas mãos atividades ligadas à Corregedoria, com poderes para analisar a conduta de outros parlamentares. Diante de tanto poder e de um orçamento tão expressivo, há brigas entre partidos e até mesmo dentro das próprias legendas. A disputa pela presidência das duas Casas é a contenda mais visível, mas a corrida pelas vagas de secretários também está aquecida nos bastidores, especialmente da Câmara dos Deputados.

A distribuição dos cargos entre os partidos leva em conta o tamanho das bancadas. Como há variações nesses dados por conta da troca dos partidos, é considerado o total de parlamentares por legenda logo depois das eleições. Com esse critério, o PT lidera o ranking, com 85 deputados. O PMDB vem em seguida, com 75. Por acordo, os petistas cederam a presidência aos peemedebistas. O potiguar Henrique Eduardo Alves é o concorrente oficial do PMDB e favorito na briga. Mas a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) também lançou seu nome e complicou o caminho do rival. Júlio Delgado (PSB-MG) é o terceiro na briga pela presidência da Casa.


CONTRATAÇÕES O futuro presidente da Câmara dos Deputados terá o direito de contratar 46 comissionados, com salários entre R$ 2,6 mil e R$ 14,1 mil. No total, o novo chefe da Casa, além de ser o terceiro na linha sucessória da República, terá R$ 288,3 mil para contratar pessoal todos os meses, o equivalente a R$ 3,5 milhões por ano. Os dois vice-presidentes e os quatro secretários poderão manter 33 comissionados cada, com gasto de R$ 15 milhões por ano. Até mesmo os suplentes têm direito à boquinha: são 11 funcionários de livre nomeação para cada um dos substitutos. Anualmente, os suplentes gastarão R$ 1,1 milhão cada um para contratação de comissionados.

A terceira maior bancada, que normalmente indica o ocupante da primeira-secretaria, ainda é uma incógnita. Como o PSD não havia sido criado na última eleição nacional, foi fixado um prazo oficial de 30 dias para transferências para a nova sigla. Depois desse período, tanto o PSD quanto o PSDB tinham 51 parlamentares.


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