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Estado de Minas

A estratégia dos candidatos a presidente da Câmara na reta final da disputa

Candidatos a presidente da Câmara têm planos bem definidos: o favorito, Henrique Alves, quer encerrar a disputa no primeiro turno e seus adversários lutam para chegar ao segundo


postado em 21/01/2013 00:12 / atualizado em 21/01/2013 07:32

Adriana Caitano e Diego Abreu

A exatas duas semanas da eleição do presidente da Câmara dos Deputados, os candidatos reforçam já a partir desta segunda-feira viagens e estratégias para chegar ao comando da Casa. Enquanto o favorito, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tenta se desvencilhar de recentes denúncias e garantir a vitória no primeiro turno, os concorrentes, Júlio Delgado (PSB-MG), Rose de Freitas (PMDB-ES) e Ronaldo Fonseca (PR-DF), se unem na expectativa de levar a disputa para uma segunda etapa, na esperança de derrubar o adversário avalizado pelos principais partidos.

As andanças de Henrique Alves pelo país continuam nesta semana. Ele, que já esteve no Sudeste e no Sul, agora intensifica as viagens pelo Norte e Nordeste. O principal desafio do líder peemedebista será agradar no território comandado pelo partido de Delgado. Na visita ao Ceará, ele tem reunião marcada na quarta-feira com o governador Cid Gomes (PSB). “Na bancada cearense, ele tem praticamente a unanimidade”, garantiu o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).

Henrique Alves almoçará com a bancada da Bahia na quinta-feira, em Salvador. No mesmo dia, ele fará uma visita ao prefeito da capital baiana, ACM Neto (DEM), e, à noite, pretende jantar com o governador Jaques Wagner (PT). Um parlamentar do PMDB nordestino assegura que a expectativa é de que a eleição seja definida no primeiro turno, uma vez que, segundo o político, “não tem um Severino” nesse pleito.

Do outro lado do ringue, Júlio Delgado, Rose e Ronaldo Fonseca não escondem a gana por disputar o comando da Casa com Alves no segundo turno. Para garantir que pelo menos um dos três chegará lá, eles têm trocado figurinhas e elogios. “Estamos grudados todo o tempo”, admite Fonseca. Quem está mais aguerrido nessa missão, porém, é Delgado. Além de não economizar em críticas e ir atrás até dos correligionários e aliados mais próximos do peemedebista, ele faz de tudo para se antecipar ao concorrente nas visitas estaduais.

Ciente de que Henrique Alves iria ao Ceará esta semana, Delgado planeja jantar com Cid Gomes ainda hoje ou encontrá-lo amanhã pela manhã. A antecipação foi feita também em Curitiba, dias antes de o rival aparecer por lá, e Recife, Belém e Manaus, onde o favorito pretende estar nesta semana. Nos próximos dias, depois de ir a São Paulo e Teresina, porém, Júlio Delgado planeja reduzir o número de viagens. “A partir de agora, os deputados começam a voltar para Brasília e será a hora do corpo a corpo na Câmara”, comenta.

Apresentação Desde o início do ano, a capital federal é o quartel-general da também peemedebista Rose de Freitas. Como é a presidente do Congresso em exercício enquanto o senador José Sarney (PMDB-AP) viaja, ela tem utilizado o telefone para os principais contatos e recebido os parlamentares que passam pela cidade. Ela comenta que, apesar de ter recebido convites para reuniões em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco, ainda não decidiu se vai pedir votos nos estados. “Tenho explicado aos governadores que preciso do contato com os deputados, principalmente os que ainda não sabem que sou candidata”, afirma. Sem entregar com quantos votos já conta, Rose é otimista: “Essa eleição não tem vitória no primeiro turno de jeito nenhum”.

Já Ronaldo Fonseca deve continuar onde está. “Eu não tenho jatinho para ficar viajando”, ironiza, em referência a Henrique Alves. Nesta semana, o deputado do PR deve divulgar na internet e pelos e-mails dos colegas um vídeo se apresentando a quem ainda não o conhece. Fonseca destaca ainda ter uma estratégia muito bem definida: não procura deputados do PMDB nem de partidos que já declararam apoio ao favorito e concentra suas forças na bancada evangélica, da qual faz parte, e em seu próprio partido. “Tenho aí um universo de 120 votos, que não posso perder, porque, afinal, quem tem um discurso direcionado para eles sou eu”, explica.


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