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Ser líder na Casa não vai ser tarefa fácil, pelo menos se for considerado o cenário atual da Câmara. A nova Mesa Diretora assumiu um discurso de independência e já demonstrou que não vai facilitar a vida de Marcio Lacerda. Além de negociar com o novo comando, o representante da prefeitura terá de enfrentar neste mandato uma bancada de sete vereadores na oposição. Conforme mostrou reportagem do Estado de Minas na sexta-feira, sete parlamentares se autodeclaram independentes, sendo que os dois vereadores do PCdoB – “dependendo das atitudes do prefeito nos primeiros meses” – ainda podem mudar para a bancada dos adversários ao governo.
Com a garantia de menos de um terço de vereadores do seu lado, Lacerda terá dificuldade para aprovar, por exemplo, projetos de empréstimos, gratuidade de serviço público, alteração do Código Tributário, na Lei de Uso e Ocupação do Solo e no Plano Diretor, que precisam de quórum qualificado, ou seja, de 28 votos. No momento, 27 dos 41 vereadores se definem da base de governo. Em votações de quórum comum, a vida de Lacerda fica um pouco mais fácil: são necessários 21 votos.
O discurso dos parlamentares independentes e até mesmo dos novos dirigentes pode mudar depois da distribuição de cargos na prefeitura. No mandato passado, o prefeito segurou os vereadores na base, principalmente com cargos no Executivo. Ele conseguiu aprovar todos os projetos de seu interesse.
Enquanto isso, quem está em uma situação confortável com todo esse suspense em torno do nome do novo líder são os adversários de Lacerda. Isso porque a oposição declarada ao prefeito, formada pelos seis vereadores do PT e pelo único do PMDB, Iran Barbosa, pode ser fortalecida com o racha da base aliada.
Você se lembra?
"Agradeço o esforço pessoal e profissional do vereador (...), lealdade e a convergência com os objetivos do governo, tendo como preocupação constante os interesses de Belo Horizonte"
Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte, em carta direcionada a seu ex-líder na Câmara, o petista Tarcísio Caixeta, em 11/7/2012
Memória
Rompimento
Antes de Ronaldo Gontijo (PPS), o líder do Executivo municipal era o vereador Tarcísio Caixeta (PT). Porém, quando PT e PSB romperam a aliança, Caixeta teve que deixar o cargo, mesmo sendo muito ligado ao prefeito Marcio Lacerda (PSB). Petistas e socialistas romperam a aliança após o PSB decidir que não iria coligar na disputa pelas 41 cadeiras de vereador nas eleições do ano passado. A decisão levou os petistas a lançar candidato próprio para a prefeitura. Apesar da pressão do partido para que abandonasse o posto logo após o rompimento, Caixeta esperou o encerramento do semestre e a aprovação dos projetos de interesse do Executivo para renunciar. Caixeta se reelegeu e hoje integra a bancada de oposição ao prefeito. Antes dele, o líder também era petista, Paulo Lamac, que, eleito deputado estadual em 2010, deixou a Câmara para assumir a cadeira na Assembleia Legislativa no ano seguinte.