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Estado de Minas

Candidatos à Presidência da República traçam estratégias para buscar votos do Nordeste

Eduardo Campos se coloca como porta-voz regional e Dilma já veste gibão de couro; tucanos, por enquanto, só observam


postado em 22/01/2013 08:43 / atualizado em 22/01/2013 08:51

Cotado para disputar a Presidência, Aécio Neves se mantém longe da região(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Cotado para disputar a Presidência, Aécio Neves se mantém longe da região (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)

É consenso que 2014 está distante, que há pontes a serem construídas e que muita água ainda passará sob elas até se decantar o processo da próxima disputa presidencial. Mas a movimentação dos pré-candidatos ao Planalto derruba qualquer lógica entre tempo e calendário. Já em busca da reeleição, a presidente Dilma Roussef começou a percorrer o Nordeste, onde o PT perdeu espaço em 2012. A constância do governador Eduardo Campos (PSB) ante os holofotes também confirma a aceleração da caça ao voto a partir das terras nordestinas. Aliás, a região, que responde por 27% do eleitorado do país (36,7 milhões de votos), está no centro desse começo de disputa, embora o PSDB se mantenha alheio a ela.

Há quatro eleições presidenciais o partido não consegue recuperar a generosa fatia de votos que conquistava nos tempos de Fernando Henrique Cardoso (veja quadro). Mas, ainda assim, não tem planos específicos para a região. E olha que o senador Aécio Neves (MG) já foi lançado à sucessão de Dilma. Por enquanto, pelo menos publicamente, ele não entra no jogo já iniciado no Nordeste. Tucanos, todavia, ressaltam o desempenho que obtiveram no ano passado por aqui – incluindo o Norte em todas as análises. Mas não passam disso. Agindo assim, podem facilitar a recuperação petista e a consolidação de Eduardo.

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), evita fazer qualquer prospecção. “A única coisa que sei da sucessão é que nós do PSDB precisamos ter um candidato e que nosso candidato é Aécio. Aécio é o candidato. É isso”. Guerra diz que além da certeza tucana, não há mais a se afirmar sobre candidaturas. “Não sabemos se Eduardo será”, frisa e arremata que o PSDB, aliado dos socialistas em diversos estados, não possui qualquer forma de inimizade com o PSB. O mesmo sentimento é externado por outros tucanos, embora sobrem ressalvas sobre a importância de ter um pernambucano no páreo. “Acreditamos que eles (Aécio e Campos) não se confrontarão em 2014”, comenta um deles.

No Nordeste, além do evidente peso eleitoral, estão raízes da história nacional e símbolos da identidade brasileira, que, geralmente, são ostentados por candidatos em campanhas políticas. Não sem razão, Dilma vestiu, na última sexta-feira, quando visitou o Piauí, gibão e chapéu de couro. Ao posar para fotos com indumentárias de vaqueiro quis expressar apreço, respeito e identidade com os nordestinos. Colocou a capa de candidata à reeleição e pode ter ganho pontos junto ao povo que, em outubro, preferiu outros partidos – o PT perdeu, por exemplo em Salvador, Fortaleza e Recife.

Mas, para os tucanos, nem a movimentação de Dilma nem as investidas de Eduardo parecem incomodar. “Não há problema. Nosso desempenho não foi ruim no Nordeste. Temos cenário favorável no Centro-Sul. O PSDB tem potencial de oposição. A conduta de Eduardo não é elemento de preocupação. Aécio não está centrado nas articulações nacionais, ainda vai começar a botar a cara na rua e defender temas de interesse do Brasil”, disse Evandro Avelar, presidente estadual do PSDB.


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