O prefeito de Ipuiúna, no Sul de Minas, Elder Cássio de Souza Oliva (PR), presidente da Associação dos Municípios do Alto Rio Pardo, tem hoje poucos convênios com o governo federal. E promete levantar a voz durante o encontro dos novos gestores para falar do descrédito que o levou a evitar as parcerias com a União. “Não assinei mais porque perdi a confiança. Tive três convênios, um para construir campos de futebol e dois para pavimentação, que não saíram do papel. Era para conseguir em torno de R$ 800 mil em 2009, 2010 e 2011, mas a documentação é muito complicada e a maioria de nós deve ao INSS, então não conseguimos pegar a certidão para buscar mais verba”, conta.
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Prefeitos mineiros desconfiam de programas do governo federal que geram despesasFechar as portas foi saída para prefeituras endividadas Crise nas contas das prefeituras obriga cidades tradicionais do estado a cancelar a foliaPrefeituras mineiras encontram obstáculos para cobrar impostosPrefeitos chegam a Brasília com lista de reivindicações para o governo federalDilma deverá anunciar ampliação de programas em encontro com prefeitos, diz IdeliEntre os novatos, as queixas são praticamente as mesmas. Caixa vazio e dificuldade de cumprir convênios. O piso salarial dos professores e o aumento do salário mínimo, segundo o prefeito Geraldo Antônio da Silva (PSD), de Carmópolis de Minas, no Centro-Oeste, vão deixar o município com dificuldade de cumprir a folha de pagamento do funcionalismo. Ainda sem a contabilidade de dezembro, ele não sabe qual a dívida do município, mas encontrou a frota de veículos sucateada e excesso de funcionários na folha. “Vamos buscar convênios, pois não sobrevivemos sem, mas primeiro observando a contrapartida”, disse.
Em Pimenta, também no Centro-Oeste, o prefeito estreante Ailton Costa (PR) diz estar endividado em cerca de R$ 6 milhões. Depois que conseguiu as chaves da prefeitura, descobriu que faltava pagar R$ 800 mil dos salários de dezembro e o 13º do funcionalismo; R$ 600 mil a fornecedores; e R$ 793 mil em precatórios. O rombo com o INSS é de R$ 2,6 milhões. A conta de luz do hospital quase foi cortada por falta de pagamento. “A gente esperava que o governo visse a situação e disponibilizasse uma parcela extra para os municípios pequenos. Está muito difícil. Tem funcionário com dinheiro para receber nos procurando para pedir dinheiro para comprar leite”, afirma Costa. Ainda assim, o prefeito está esperançoso do encontro com a presidente Dilma e pretende pedir ajuda para comprar uma máquina niveladora para o município e para a construção de uma ponte. “Estamos precisando é de socorro”, resumiu.