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Impostos de imóveis reforçam o caixa da PBHLacerda assume compromisso de concluir obras importantes até final do novo mandatoLacerda terá que resolver problemas não foram solucionados no primeiro mandatoMinistro anuncia 9,5 mil máquinas para recuperação de estradas vicinaisNa avaliação de Grego, além do esforço de fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte, o crescimento das receitas de ISSQN incorpora os efeitos da implantação, em 2009, da nota fiscal eletrônica. Ele também chama atenção para a melhoria do ambiente de negócios na capital mineira. “Em decorrência da lei da micro e pequena empresa e de iniciativas do governo do estado, ficou mais fácil abrir empreendimentos em Minas”, disse. Se em 2004 o ISSQN representava 25,57% das receitas próprias da cidade, em 2012 ele girará em torno de 32%.
Perdas
Se de um lado os impostos de responsabilidade municipal tiveram desempenho positivo em Belo Horizonte, o mesmo não se pode dizer em relação à transferência constitucional do FPM. A capital mineira recebeu, em 2011, R$ 349 milhões – corrigidos pela inflação – do FPM. Em 2012 foram R$ 341 milhões, uma retração de 2,33%. Considerando os valores projetados na LOA, a cidade deixou de receber R$ 30,4 milhões. Em Belo Horizonte, o peso relativo do FPM é pequeno em relação às receitas do Tesouro: em 2012, os repassem representaram 4,6% do conjunto de R$ 7,261 bilhões. Entretanto, para 87% das cidades mineiras, as transferências constitucionais, em particular o FPM, representam mais de 80% das receitas correntes líquidas. “A dependência é completa”, avalia Roncalli. “As administrações não conseguem operar sem o FPM”, acrescenta.
Afetados pela desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e pela queda da atividade econômica, os repasses de recursos do fundo aos municípios de todo o país foram quase 10% menores que os R$ 60,7 bilhões previstos na Lei Orçamentária Annual (LOA) de 2012, apontam dados da Associação Mineira dos Municípios (AMM). “Por causa desse contexto macroeconômico, foram repassados apenas R$ 54,7 bilhões para as cidades, dos quais R$ 7,172 bilhões para municípios mineiros”, informa Ângelo Roncalli, considerando que, só no estado, deixaram de ser repassados aos municípios R$ 781 milhões. No país, foram R$ 6 bilhões a menos.
A Associação Mineira dos Municípios prevê a repetição desse cenário neste ano e espera transferências do FPM inferiores às estimadas na LOA. “Para 2013, a LOA projeta repasses aos municípios brasileiros de R$ 65,3 bilhões. Mas as perdas deverão ser da ordem de 19,3%”, prevê Roncalli. Se os dados se confirmarem, R$ 10,577 bilhões deixarão de ser transferidos às cidades brasileiras e a perda dos municípios mineiros chegará a R$ 305,9 milhões.
Outras transferências
Classificados como transferências não vinculadas, como FPM, os repasses de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que o estado faz aos municípios “andaram de lado” no ano passado, devido ao baixo crescimento da economia. “Em 2011, corrigidas, as transferências de ICMS foram de R$ 780 milhões. Em 2012, passaram a R$ 783 milhões. Temos estabilidade”, compara Thiago Grego, secretário municipal adjunto de Orçamento. O mesmo não se pode dizer, por exemplo, em relação ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Se mais e novos carros nas ruas representaram o caos no trânsito, para o Tesouro eles valeram aumento de 4,6% na transferência do imposto do estado para a cidade, alcançando R$ 422 milhões no ano passado. Já as transferências constitucionais vinculadas tiveram crescimento expressivo. Os recursos do SUS subiram 116%, de R$ 1,089 bilhão para R$ 2,457 bilhões. Os repasses do Fundeb cresceram 4%, de R$ 414 milhões em 2011 para R$ 432 milhões em 2012.