Brasília – A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, demonstrou ontem desconforto em assumir o apoio do Palácio do Planalto à candidatura dos peemedebistas Renan Calheiros (AL) e Henrique Eduardo Alves (RN) às presidências do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente. Questionada se as denúncias publicadas recentemente causavam constrangimento ao governo por apoiá-los, Ideli respondeu que a deliberação sobre as presidências é “autônoma e soberana”, exclusiva do Congresso, e que o Planalto apenas acompanha as eleições. O pleito será realizado em 1º de fevereiro, no Senado, e no dia 4, na Câmara.
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Planalto não tem preferência por candidatos à presidência do Senado e Câmara, diz IdeliProposta que tramita na Câmara torna crimes hediondos imprescritíveisCanditados favoritos vão aos estados atrás de votos na disputa da CâmaraAnalistas defendem amplo debate na Câmara dos Deputados sobre temas nacionaisPromessas de candidatos à presidência da Câmara ficam distantes da populaçãoAinda assim, não convém admitir publicamente o aval aos candidatos peemedebistas. Além das denúncias, recentes e antigas, o governo não quer se indispor com outros partidos da base aliada. Na avaliação de interlocutores, uma coisa é apoiar, outra é assumir publicamente o apoio.
Embora oficialmente o governo não declare apoio, o vice-presidente Michel Temer saiu em defesa do colega de partido. Temer disse que o fato de Renan ter renunciado à Presidência do Senado em 2007 para evitar a cassação do mandato não teria interferência caso o político alagoano volte ao cargo. “Vai depender muito da gestão que ele quiser fazer. Se ele fizer uma gestão correta, adequada, ao invés de prejudicá-lo, vai enaltecê-lo. Mas é o futuro que vai dizer”, declarou. “É um nome que tem tradição e acho que pode fazer uma belíssima gestão, e é isso que nós esperamos”, completou.