Brasília – O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou nessa quarta-feira ter acusado o Supremo Tribunal Federal (STF) de interferir no Poder Legislativo depois que o ministro da Corte, Ricardo Lewandowski, cobrou explicações do Congresso sobre a demora na análise de novos critérios para distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE). "Não estou chateado, absolutamente. Ele tem um prazo para pedir informações, e o Congresso responde (...) Essa interpretação de contestação nossa ao Supremo não existe", afirmou.
Às vésperas de deixar a Presidência do Senado, Sarney frisou que não terá mais tempo para negociar um novo prazo de votação da matéria. O senador deixa o cargo em 1º de fevereiro, quando o Senado vai realizar eleições para a escolha do seu sucessor.
Por sua vez, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse ontem esperar que os poderes Legislativo e Judiciário cheguem a um "acordo" sobre o fundo. "A presidente fez o repasse (de janeiro) conforme as regras anteriores, com a convicção de que sua suspensão cria uma situação insustentável em boa parte dos estados”, afirmou.
Em 2010, o STF considerou inconstitucionais as regras de distribuição dos recursos do fundo aos estados. A Corte deu prazo até 31 de dezembro de 2012 para que o Congresso aprovasse novas normas, o que não foi feito.