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Estado de Minas

Oposição ataca pronunciamento de Dilma feito em rede nacional


postado em 25/01/2013 06:00 / atualizado em 25/01/2013 08:42

Paulo de Tarso Lyra, Leonardo Azevedo e Adriana Caitano


Brasília – A presença da presidente Dilma Rousseff para pronunciamento em rede nacional na noite da última quarta-feira – vestida de vermelho, ela adotou um tom de campanha eleitoral antecipada ao criticar os “pessimistas que falam em racionamento de energia” – irritou a oposição. Tucanos e democratas protestaram contra o fato de a chefe do Executivo nacional utilizar o espaço considerado de utilidade pública pela terceira vez, em apenas seis meses, para falar do mesmo assunto: a redução da conta de energia elétrica. Provável candidato do PSDB a presidente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi enfático: “O Brasil assistiu a mais um exemplo inaceitável de como o PT usa, sem constrangimentos, estruturas de Estado para alcançar seus objetivos políticos”, afirmou.

Para o senador mineiro, não havia razões para a formação de uma rede nacional obrigatória para anunciar novamente a redução da conta de energia. “Falou à nação não a presidente da República, mas um partido político, evidenciando, como nunca antes neste país, a mistura entre o público e o particular, o institucional e o partidário”, completou Aécio.

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), que deixará o comando do partido em maio para ser sucedido, provavelmente, por Aécio, considerou, em nota, o pronunciamento “de caráter político-partidário”, que “pode ser constatado inclusive pela substituição do brasão da República pela marca publicitária do atual governo na vinheta de abertura da ‘peça publicitária’ veiculada em cadeia nacional”. Também em nota, o presidente nacional do DEM, José Agripino Maia (RN), alertou que não adianta o governo anunciar uma ação se não tiver a certeza de que a manterá com o passar do tempo.

Para o presidente estadual do PSDB mineiro, Marcus Pestana, ao mesmo tempo em que anuncia a redução na conta de luz, o governo federal terá que reajustar o preço da gasolina. “Dá com uma mão: a energia vai baixar. Tira com outra: gasolina vai aumentar”, comparou. Em debate pelo Twitter com o petista Ricardo Berzoini (SP), Pestana lançou o desafio: “Nos deem uma cadeia nacional a cada uma da presidente. Aí sim, será verdadeira discussão. O resto é monólogo”.

Petistas rebatem

Em nota oficial divulgada no início da noite de ontem, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), lembrou que a “conquista histórica (redução da conta de luz) foi aprovada no fim do ano passado pelo Congresso, a despeito da oposição do PSDB e do DEM”. E reforçou que os estados de São Paulo, de Minas Gerais e do Paraná – todos administrados pelo PSDB – rejeitaram as condições do acordo proposto pelo governo federal para a redução das tarifas de energia.

A nota do PT deixa claro que o embate eleitoral começou. “Antidemocrático é censurar a palavra da presidente sobre as conquistas de seu governo e querer estabelecer inclusive o cenário e quando ela deve falar à nação. A nota do PSDB mostra claramente que faltam à oposição propostas para o país e sobra a surrada opção de distorcer e manipular os fatos”, completou Guimarães.

 


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