Helena Mader
Brasília – Depois de fazer críticas veladas à oposição por causa da polêmica sobre a redução das contas de energia elétrica, a presidente Dilma Rousseff participa hoje à tarde de dois eventos ao lado do governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin. Na capital paulista, a presidente vai ao Palácio dos Bandeirantes para o lançamento de um centro de treinamento paralímpico e depois participa da cerimônia de entrega de 300 casas populares na Zona Leste da cidade. Com os ânimos acirrados entre petistas e a oposição, o desafio dos dois lados é apaziguar temporariamente os correligionários para evitar faíscas no encontro público.
O cronograma divulgado pelo Planalto começa às 14h30, no Palácio dos Bandeirantes. Lá, Dilma e Alckmin vão anunciar a construção do Centro Integrado de Avaliação da Condição Funcional do Atleta Paralímpico. Com previsão de inauguração em 2015, o centro vai dar apoio a atletas paralímpicos de alto rendimento. O empreendimento será erguido na Zona Sul de São Paulo e servirá tanto para treinamento quanto para competições. Às 16h, Dilma segue para a Cidade Líder, na Subprefeitura de Itaquera, onde entregará 300 casas populares.
O Planalto não confirma uma reunião de Dilma com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora haja especulações sobre o encontro entre os dois. As reuniões de Dilma com Lula nem sempre constam da agenda pública do Palácio do Planalto, com o argumento de que são encontros de interesse privado.
O deputado estadual e presidente do PT-SP, Edinho Silva, diz que Dilma já participou de dezenas de eventos oficiais ao lado do governador Alckmin e garante que a presidente não faz distinção de partido ao repassar recursos. Mas ele reconhece que essa será uma agenda diferenciada. "A visita da Dilma é sempre um fato político de muita relevância e ela já esteve ao lado do Alckmin e do Kassab diversas outras vezes. Mas é claro que essa é uma ocasião única, porque será a primeira visita da gestão Haddad e, para nós do PT, tem uma simbologia especial. Especialmente porque a atividade dela está ligada a um programa que representa os governos Lula e Dilma, que é o projeto de moradia popular", justifica.
Edinho Silva nega que a visita da presidente a São Paulo possa ser usada para alavancar petistas com vistas à disputa de 2014. "É uma agenda que mostra a grande capacidade do governo de dialogar e esse é um aspecto republicano. Não vamos envolver o governo Dilma na disputa pelo governo do estado. A agenda é de interesse nacional, não eleitoral", assegura Edinho.
O presidente do PSDB em São Paulo, deputado estadual Pedro Tobias, acredita que não haverá saia-justa entre Dilma e Alckmin por conta da polêmica sobre a redução das contas de luz. "É obrigação de ambos fazer um trabalho conjunto, é um aspecto institucional. Quase metade de tudo que o Brasil arrecada sai de São Paulo, então a presidente tem mais é que vir para cá e trazer ainda mais investimentos para o estado", diz Tobias. (Colaborou Juliana Braga)