Candidato a líder do PR na Câmara, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho disse nessa quinta-feira que tem apoio de 26 dos 35 deputados do partido e que “qualquer coisa diferente disso (ser escolhido o novo líder) pode ser considerada uma interferência externa na vontade da bancada”. O deputado vai formalizar a candidatura no dia 28 e a eleição acontece em 1º de fevereiro.
Aliados da presidente têm dito que Garotinho na liderança do PR enfraquece o apoio do partido à reeleição de Dilma em 2014. Para o deputado, no entanto, o que está em jogo é um esforço para evitar que seu nome ganhe visibilidade para a futura disputa estadual. “Só pode ser medo do pessoal ligado a Lindbergh Farias”. O senador Lindbergh é pré-candidato do PT ao governo do Estado e deverá enfrentar, além de Garotinho, o vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato de Cabral.
O deputado do PR disse ter sido informado de que a chefe da Casa Civil, a petista Gleisi Hoffmann, pré-candidata ao governo do Paraná, quer o deputado Fernando Giacobo (PR-PR) na liderança. Segundo Garotinho, Giacobo, presidente do PR paranaense, poderia como líder, facilitar uma aliança do partido com o PT no Paraná. “A liderança não deve ser de um Estado, tem que refletir o espírito da bancada. Nenhum dos deputados que assinaram minha indicação telefonou para retirar o apoio”, afirmou.
Independente
O ex-governador tem agido de forma independente no Congresso e em várias ocasiões fez críticas ao governo Dilma e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Garotinho negou que, se assumir a liderança, vá trabalhar contra uma possível reaproximação do PR com a presidente, mas disse que a volta do partido à base depende de um gesto do governo.
“Eu não seria motivo de dificuldade para uma reaproximação com a presidente Dilma Rousseff. Não vamos fazer oposição nem ser situação. A resposta virá de acordo com a maneira como o governo tratar o partido.”
Garotinho afirmou que sua candidatura a governador “continua firme”, mas negou qualquer negociação com o PSDB. O presidente do PSDB-RJ, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, também negou.