O presidente do Senado, José Sarney, minimizou a força política da decisão do presidente interino do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, de manter por mais cinco meses a regra da distribuição do Fundo de Participação dos Estados FPE). Ele não acredita que a liminar dessa quinta-feiraà noite represente uma pressão para que o Legislativo vote a matéria, mas sim uma orientação ao governo, após os impasses gerados este mês na execução dos repasses do fundo.
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Líder do PT diz que prazo dado pelo STF para aprovar nova regra do FPE é 'razoável'Sarney garante que FPE e royalties são prioridade na pauta de votação do CongressoLewandowski mantém distribuição do FPE com regras atuaisAnastasia e mais três governadores defendem regras atuais do FPEPolícia Federal indicia nove por desvio de dinheiro de programa federalA liminar de Lewandowski foi motivada por uma ação ajuizada esta semana pelos governadores da Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão. Eles pediram ao Supremo que reconhecesse a omissão do Congresso na votação de novas regras para o FPE e mantivesse a distribuição de acordo com os padrões vigentes.
Para Sarney, não houve omissão nem demora do Congresso Nacional em votar o projeto. "A partir da publicação do acórdão, até a data de 31 de dezembro foi um ano e meio. O que pode parecer um prazo que não é longo para uma casa legislativa encontrar e votar um assunto tão controverso." Ele acredita na possibilidade de se chegar a um acordo logo no início do ano legislativo. "Acredito que estamos numa fase final de ajustamentos. Não vejo por que não resolvermos isso até o mês de fevereiro, se houver uma boa vontade das bancadas."
O STF decidiu, em 2010, que os critérios de distribuição do FPE, regulamentados em lei complementar de 1989, são inconstitucionais, porque não representam mais a realidade do País. Na ocasião, a Corte determinou que o Congresso aprovasse novas regras até dezembro do ano passado, o que não ocorreu.