Jornal Estado de Minas

Governo de Minas leiloa 55 imóveis na capital e no interior

Três anos depois da inauguração da Cidade Administrativa, prédios que abrigaram secretarias e autarquias em Belo Horizonte e no interior serão postos à venda até junho

Leonardo Augusto
A 37 dias do aniversário de três anos da inauguração da Cidade Administrativa, o governo de Minas Gerais ainda não vendeu imóveis que abrigaram secretarias, autarquias e empresas públicas por mais de 15 anos antes da construção do complexo no Bairro Serra Verde, na Região Norte de Belo Horizonte. Uma tentativa de transformar o antigo estoque de ativos em caixa será feita no leilão que deve ser realizado até junho. Ao todo, entre os bens mais antigos e os mais recentes, o governo pretende repassar à iniciativa privada 55 imóveis em prédios localizados em áreas nobres de Belo Horizonte.


Segundo informações do site da Minas Gerais Participações S.A. (MGI), a maior parte da lista é formada por andares, lojas e vagas de garagem. O conjunto de imóveis a ser vendido inclui o sexto e o sétimo pisos – com 480 metros quadrados cada um – do Edifício Dona Júlia Nunes Guerra, na Praça Sete, no Centro de BH. Nos dois imóveis, os maiores entre os que o estado pretende colocar à venda para a iniciativa privada, funcionavam setores da Minas Caixa, banco público do estado extinto em 1998. No local funcionaram seções da Secretaria da Fazenda e o arquivo da MGI. No leilão serão postas à venda ainda lojas da galeria do prédio onde funcionava a Secretaria de Educação no governo de Eduardo Azeredo (1994–1997).


O governo de Minas ainda não tem a estimativa de arrecadação de recursos arrecadados com a venda. O levantamento do preço de cada imóvel ainda está em andamento. Segundo o subsecretário de Estado de Planejamento e Orçamento, André Reis, a tendência é de que todos os imóveis do governo que não estejam em uso pelo estado, na capital ou interior, sejam vendidos. Prefeituras que requisitarem prédios ao governo, no entanto, têm preferência. “Não há motivos para ficarmos com imóveis na carteira que não estejam em uso”, argumenta o subsecretário.


Inaugurada em 4 de março de 2010, ao custo de R$ 1,2 bilhão, a Cidade Administrativa foi concebida para receber a máquina pública estadual. Órgãos como a Advocacia Geral do Estado (AGE), no entanto, não foram transferidos para a sede do governo no Serra Verde. A justificativa é a necessidade da proximidade com o fórum – A AGE fica na Avenida Afonso Pena, a 3,2 quilômetros dos tribunais de primeira instância da Justiça em Minas. Segundo cálculos do governo em 2011, a economia com o pagamento de aluguéis, por exemplo, depois de concluídas as transferências para a Cidade Administrativa, seria de R$ 19,7 milhões por ano.


Uma das secretarias transferidas recentemente para a Cidade Administrativa foi a de Esportes e Juventude, que funcionava em um prédio de nove andares alugado na Rua Santa Catarina, 1.354, Lourdes, no Centro-Sul, também ponto nobre da capital. O preço do aluguel do prédio era de R$ 59.352,00. O estado pagava ainda R$ 45.460,44 pela utilização de outro prédio no mesmo bairro, de cinco andares, onde funcionava a Loteria Mineira, hoje integrada à sede do governo no Serra Verde.


Interior

Parte dos imóveis que vão a leilão chegou ao governo depois de negociação de dívidas tributárias. Na concorrência, o governo pretende pôr à venda ainda 10 imóveis localizados em Divinópolis, no Centro-Oeste do estado. O que deverá render mais recursos para o governo é uma fazenda de 5,34 hectares, o equivalente a aproximadamente cinco campos de futebol. A área fica na região conhecida como Veloso. Está prevista ainda na concorrência a venda de seis lotes sem edificações em bairros da cidade. O estado quer vender também uma área de 2,4 mil metros quadrados na zona rural de Jequeri, na Zona da Mata. Segundo o governo, a autorização para o leilão de todos os imóveis já foi concedida pela Assembleia Legislativa.