Jornal Estado de Minas

Cidades históricas estão à espera do dinheiro prometido

Felipe Canêdo

Depois de uma longa espera desde 2009, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o convênio do Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas (PAC CH), 20 prefeitos mineiros estão na expectativa de a promessa finalmente começar a sair do papel na próxima semana, durante o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília. Somente para Minas Gerais R$ 254 milhões deveriam ser aplicados até o fim do ano, contudo, por enquanto, nenhum centavo saiu dos cofres do governo federal. Em novembro, o Estado de Minas denunciou que o programa não havia liberado qualquer recurso dos R$ 7 bilhões prometidos para todo o país.

O novo presidente da Associação das Cidades Históricas (ACCH-MG), o prefeito de São João del-Rei, Helvécio Reis (PT), anunciou ontem, na ocasião de sua eleição para o cargo de dirigente da entidade, que prefeitos de cidades históricas terão uma reunião na terça-feira com a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a mineira Jurema Machado, onde devem ser divulgadas novidades do PAC CH. “Já fui comunicado de que na quarta-feira teremos também uma reunião no Ministério do Planejamento, com a presença da ministra Miriam Belchior (do Planejamento), onde deve ser anunciado o PAC das Cidades Históricas”, afirmou em seu discurso de posse.


O ex-presidente da entidade, que entregou o cargo a Helvécio, Anderson Cabido (sem partido), ex-prefeito de Congonhas, afirma que as primeiras cidades agraciadas com os recursos serão as consideradas Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em Minas Gerais: Diamantina, Ouro Preto e Congonhas. “Depois as outras cidades inscritas no programa devem começar a receber e acredito que posteriormente as verbas possam ser, inclusive, aumentadas”, disse.


Nova gestão

Ex-reitor da Universidade Federal de São João del-Rei, o prefeito Helvécio Reis assume a ACCH-MG em bom momento, quando o número de municípios associados cresce e a proximidade com a Copa do Mundo suscita discussões sobre o turismo em todo o país. A avaliação é do ex-presidente Anderson Cabido, que anunciou ontem um acordo com o Iphan para que a sede da entidade passe a ser em Belo Horizonte e não na cidade do presidente da ACCH-MG. Disse também que a capital está em processo de ingresso na associação.


Eleito em chapa única por aclamação, Helvécio discursou de maneira descontraída e prometeu empenho na nova função: “Assumo o desafio de presidir a associação na esperança de que eu possa contribuir para a preservação e o engrandecimento das cidades históricas de Minas Gerais”. Um dos fundadores da ACCH-MG, Ralph Justino (PV), prefeito de Tiradentes, anunciou também que está articulando uma associação das cidades mineiras com carnaval tradicional. (FC)