Um jantar organizado pelo senador Clésio Andrade (PMDB) com a participação de prefeitos e vice-prefeitos de Minas Gerais, em Brasília, dificultou ainda mais o que é considerado hoje o principal e mais duro objetivo do PT nas eleições de 2014 para o Palácio da Liberdade: convencer o parlamentar a não disputar o cargo, apoiando um candidato da legenda, provavelmente o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, ou aceitando ser vice na chapa.
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Em plena crise, PMDB faz demonstração de unidade na filiação de Clésio AndradeClésio Andrade filia-se ao PMDB e desconversa sobre candidatura em Minas para 2014Clésio Andrade troca PR por PMDB "Há justa causa para Clésio Andrade sair do PR", diz ministro do TSEPSD dividido sobre filiação do senador Clésio AndradeClésio defende palanque duplo para as eleições de 2014Duas candidaturas são anunciadas para disputar o governo de MinasPMDB-MG quer Clésio Andrade para governadorClésio ainda não assumiu a disposição de se candidatar, mas desde que tomou posse no Senado, em 2011, com a morte de Eliseu Resende, titular da cadeira pelo DEM, ele passou a circular pelo interior de Minas para reuniões com prefeitos e lideranças. O resultado foi que, hoje, o parlamentar se transformou em uma espécie de porta-voz dos municípios no Congresso Nacional, com discurso afinado com as principais bandeiras dos municípios. No jantar, Clésio fez questão de lembrar que apresentou projeto elevando de 22,5% para 26% o percentual de impostos repassados pela União para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o que altera de 2% para 4% a alíquota aplicada sobre o faturamento das mineradoras no cálculo dos royalties devidos às prefeituras.
Um petista que participa das articulações reconhece que o partido não tem muito a oferecer a Clésio para que desista de concorrer ao Palácio da Liberdade, mas lembra que, em 2010, o PMDB foi cabeça de chapa, com o ex-senador Hélio Costa, que teve como vice o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT), como vice. “Agora, portanto, é a nossa vez”, diz. Na hipótese de não conseguir convencer Clésio Andrade a abrir caminho para o partido, os petistas vão partir para a estratégia número dois, que é manter a candidatura com pacto de união em uma eventual disputa em segundo turno.
O mandato do peemedebista termina em 2014. A participação na corrida pelo Palácio da Liberdade ou a tentativa de renovar o mandato no Senado são os dois mais prováveis destinos do parlamentar. Segundo o presidente do PMDB de Minas Gerais, deputado federal Antônio Andrade, o partido já trabalha para lançar chapa completa na disputa pelo governo do estado em 2014. “Dentro da legenda, Clésio tem prioridade como nome da sigla para a briga pelo Palácio da Liberdade”, afirma. Por outro lado, o deputado diz não haver problema algum em abrir mão da candidatura em prol de um nome petista ao governo.
Amigos
Ao menos até o momento, não há qualquer sinal de atrito entre petistas e peemedebistas por causa da corrida pelo governo do estado em 2014. Além do tom conciliador de Antônio Andrade, outra prova do hoje bom relacionamento entre as duas legendas foi a presença maciça de prefeitos, e também parlamentares, do PT no jantar de segunda na CNT. Compareceram ao encontro, entre outros, o prefeito de Uberlândia (Triângulo Mineiro), Gilmar Machado, de Governador Valadares (Vale do Rio Doce), Elisa Costa, e de Ribeirão das Neves (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Daniela Correa. Entre os parlamentares petistas estiveram no jantar, por exemplo, os deputados federais por Minas Gerais Weliton Prado e Miguel Correa Júnior.