Brasília - O gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu, nesta quarta-feira, com 81 vassouras, baldes e panos de chão. O protesto, organizado por dezenas de entidades de movimentos anticorrupção com material nas cores da Bandeira Nacional, pede aos senadores que escolham um presidente ficha limpa, capaz de dirigir o Senado “com independência e dignidade”.
Mais de 54 mil assinaturas já foram reunidas em um abaixo-assinado pela eleição de um presidente ficha limpa no Senado. Até sexta-feira (1º), dia da eleição, a expectativa é que sejam mais de 100 mil. No começo da tarde, com luvas e máscaras de proteção, os manifestantes pretendem fazer a lavagem da rampa do Congresso. Na avaliação dos apoiadores do protesto, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não poderia ser candidato. “Essa indicação [de Renan Calheiros] é um completo desrespeito ao sentimento e expectativa do povo”, disse Antônio Carlos.
O senador Renan Calheiros – que na última sexta-feira (25) foi denunciado pelo procurador-geral da República ao Supremo Tribunal Federal por uso de notas fiscais frias – disse, por meio de assessoria, que não vai comentar a manifestação.
Na manhã de hoje, três integrantes do protesto foram impedidos pela Polícia do Senado de ir ao gabinete do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Nem a autorização do próprio senador conseguiu liberar a entrada do grupo. Segundo o diretor da Subsecretaria de Polícia Ostensiva do Senado Federal, Rauf de Andrade, os manifestantes foram identificados pela Inteligência do Senado. “Eles são de um grupo que pretende fazer uma manifestação no Congresso, então hoje eles estão com o acesso restrito”, justificou.
Além de Renan Calheiros, os senadores Pedro Taques (PDT -MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) são candidatos à presidência do Senado. Eles vão se reunir ainda hoje para decidir se mantêm as duas candidaturas ou se vão se unir em uma candidatura alternativa a de Renan.