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PSB retira apoio à candidatura de Renan Calheiros ao comando do SenadoPMDB pode lançar outro candidato no lugar de Renan CalheirosCobiça por cargo no Senado faz PSDB evitar confronto com Renan CalheirosSenador do PTB diz que não vota em Renan Calheiros para presidente do SenadoRenan Calheiros distribui cargos e deve vencer no Senado com vantagemA presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Senado a mensagem para reconduzir Gurgel em 7 de julho de 2011, mesmo dia em que ele apresentou as alegações finais do mensalão ao Supremo. Dois senadores, um da oposição e outro da base aliada, e uma fonte ligada ao procurador-geral disseram à Agência Estado que Demóstenes buscou apoios para tentar derrotar a indicação. Publicamente, a justificativa era o caso Palocci. Em privado, segundo relatos de três fontes, o senador do DEM suspeitava que estava sendo investigado por Gurgel.
Em um encontro às vésperas da sabatina do chefe do Ministério Público Federal, Demóstenes recusou-se a ir ao gabinete do senador Pedro Taques (PDT-MT) para se encontrar com Gurgel. O senador do DEM alegou aos presentes que não iria se reunir com alguém que ele suspeitava que o investigava. No dia 11 de julho, o líder do Democratas foi um dos responsáveis pelo pedido de vista da indicação de Gurgel na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), alegando a necessidade de cumprir o rito segundo o qual não se votava o processo no mesmo dia da discussão do sabatinado com os senadores. Dessa forma, o Gurgel teve de ficar alguns dias fora do cargo porque seu mandato expirou no dia 22 daquele mês.
Na segunda apreciação do caso na CCJ, no dia 3 de agosto, o líder do DEM mudou de última hora da sua disposição inicial de indicar voto contra Gurgel e a bancada do PT, que ameaçava nos bastidores retaliá-lo por causa do mensalão, não cumpriu a promessa. O líder peemedebista é apontado como um dos conselheiros da mudança de postura tanto dos democratas como dos petistas. "Renan trabalhou para reconduzi-lo", afirmou uma pessoa que acompanhou a movimentação de Gurgel para garantir um novo mandato.
Naquela sabatina da CCJ, Renan Calheiros, que participou da contagem dos votos, não fez qualquer pergunta ao sabatinado. Elogiou-o pela "isenção" e pela "independência" e ressaltou que as suas palavras só reforçavam a posição do PMDB de apoio à recondução. "Parabéns, doutor Gurgel", encerrou. Na comissão, Gurgel teve 21 votos favoráveis e um contrário. Na discussão em plenário antes da votação secreta, no mesmo dia, o líder peemedebista foi o primeiro a recomendar o voto "sim" em Gurgel, que recebeu 56 votos a favor e apenas seis contrários.