Jornal Estado de Minas

PT abre guerra contra procurador-geral da República, Roberto Gurgel

Correio Braziliense

Em plena campanha para renovar seu mandato no comando do PT, o presidente do partido, Rui Falcão, elevou o tom nessa quarta-feira contra o que chamou de “oposição extrapartidária e sem cara”. Nesse pacote, incluiu não só os partidos naturalmente adversários como também a imprensa e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O discurso de Falcão na primeira reunião do ano da bancada dos deputados petistas incitou manifestações tão raivosas quanto a dele.
O deputado Fernado Ferro (PE), por exemplo, sugeriu que a legenda apresente contra Gurgel uma proposta de fiscalização e controle, conhecida pela sigla PFC, que é um instrumento do Poder Legislativo para investigar algum tipo de irregularidade cometida por agente público. A ideia não foi descartada pelo partido, irritado com o procurador, que, no dia anterior, confirmou o envio para a primeira instância das acusações sobre o possível envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no escândalo do mensalão.

Falcão abriu o encontro dos deputados defendendo a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, alvo de críticas da oposição que ele considerou “desesperada pelo sucesso do governo”. Diante das declarações de Falcão, Fernando Ferro incluiu o procurador-geral Roberto Gurgel no grupo dos opositores e disse que ele deveria ser investigado por sua atuação na PGR: “Essa oposição tem cara, sim, como o Roberto Gurgel, que elaborou teses baseado em questões políticas. Sugiro que o partido faça uma proposta de fiscalização e controle contra ele”.