O PSOL lançou o deputado Chico Alencar (RJ) para concorrer à presidência da Câmara na eleição marcada para a próxima segunda-feira. Com uma bancada de apenas três deputados e sem a menor chance de ameaçar a posição do favorito, o peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), o partido marca posição com o lançamento da candidatura, protesta contra o que considera a "hegemonia da pequena política" e divulga a proposta de resgate da autonomia, independência, protagonismo, austeridade e transparência da Casa.
Com o lançamento de Alencar, são agora quatro os candidatos à sucessão do deputado Marco Maia (PT-RS) na presidência da Câmara. Júlio Delgado (PSB-MG) e Rose de Freitas (PMDB-ES), também estão na disputa com o candidato oficial do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que conta com o apoio dos maiores partidos, como o PT e o PSDB. No Senado, o franco favorito é o peemedebista Renan Calheiros (AL).
"O PMDB da moral homogênea aspira dirigir as duas casas do Congresso e conta com o apoio da base do governo e da oposição conservadora. Seus candidatos são bem conhecidos não como notáveis, apesar de antigos e experientes parlamentares, mas como notórios frequentadores de territórios nebulosos na vida pública", afirmou Valente, no manifesto de lançamento da candidatura de Chico Alencar.
"Negamos o condomínio de poder que articula grandes empreiteiras partidos da ordem e encomendas dos governos, e que não quer ser investigado - como revelou o melancólico fim da CPMI Cachoeira/Delta", protesta o partido. "Uma outra prática política é possível e necessária", defende o PSOL.
O registro das candidaturas para os sete cargos da Mesa Diretora e quatro suplências termina às 22 horas do próximo domingo. Diferentemente do Senado, cuja eleição será nesta sexta-feira (01), os deputados elegerão o presidente na sessão marcada para as 10 horas de segunda-feira. As datas distintas quebram a tradição no Congresso de eleições simultâneas nas duas Casas. Setores do PMDB criticaram a data marcada por Maia. Eles temem que a eventual eleição de Renan Calheiros, amanhã, possa prejudicar os votos de Henrique Alves na Câmara, pelo fato de alguns parlamentares questionarem o comando das Casas nas mãos de um único partido.
O plenário da Câmara já está preparado para a eleição, com a instalação de 18 urnas eletrônicas para a votação pelos 513 deputados. Caso um dos candidatos não atinja a maioria dos participantes da sessão, a disputa vai para segundo turno com os dois mais votados.