O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), foi lançado oficialmente pela bancada do partido como candidato à Presidência da Casa. Renan Calheiros obteve o apoio de todos os 19 senadores da legenda presentes ao encontro. Logo após a reunião, o candidato peemedebista, que tenta retornar ao comando do Senado após quase seis anos, não apareceu para falar com a imprensa. Coube ao senador e presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), o anúncio da indicação de Renan.
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O presidente do partido também não crê em desgaste da legenda com a indicação de Renan. "O preço do PMDB é ver restabelecida a democracia no Brasil, ter ajudado governos a desenvolver o País. Ajudou no governo Fernando Henrique, no governo Lula, da presidente Dilma, com o presidente Sarney com Tancredo Neves. O PMDB é hoje o segundo partido mais lembrado pela população brasileira pelo trabalho que tem feito", afirmou.
Valdir Raupp criticou a decisão do PSDB de apoiar a candidatura do senador Pedro Taques (PDT-MT) e, com isso, quebrar a tradição da proporcionalidade das bancadas para ocupação dos cargos da Mesa Diretora. Como terceira maior bancada do Senado, caso apoiassem os peemedebistas (a maior bancada) os tucanos teriam direito a fazer a terceira indicação para compor a Mesa. Teriam direito, em tese, a reivindicar a Primeira Secretaria, espécie de "prefeitura do Senado", cargo que atualmente é ocupado pelo tucano Cícero Lucena (PB).
"Eu lamento profundamente que se esteja quebrando a proporcionalidade da Casa", criticou Valdir Raupp. Taques conta com o apoio declarado dos tucanos, do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), integrante do grupo dos independentes que abriu mão de candidatura própria, e do presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN).
O partido também decidiu formalizar o nome de Eunício Oliveira (CE) como novo líder da bancada e do senador Romero Jucá (RR) como indicado para ocupar a Segundo Vice Presidência do Senado. Jucá ameaçou disputar com Eunício o posto de líder.