Rio de Janeiro - O vale-cultura poderá incluir os trabalhadores de pequenos empreendimentos, disse nesta quinta-feira , no Rio de Janeiro, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, ao presidir solenidade de lançamento de linha de crédito para a digitalização de salas de cinema. Embora essas empresas não tenham grande volume de Imposto de Renda a ser devolvido, a ministra externou a disposição de estender o benefício a microempreendimentos, como salões de cabeleireiro, por exemplo.
A ministra disse que mesmo empresas de menor porte demonstram querer participar da iniciativa. “Eles não vão ser tributados nesses R$ 50. Acho que vai ser uma revolução no Brasil em termos de cultura. O vale-cultura vai alimentar a alma. Vai ser muito bom”.
A regulamentação do vale-cultura ocorrerá no dia 26 de fevereiro próximo, disse Marta Suplicy. O programa foi lançado em dezembro do ano passado e poderá ser usado para compra de produtos ligados à cultura, como ingressos para cinema e teatro e, também, para aquisição de livros, entre outros produtos.
O vale-cultura vai funcionar como uma espécie de tíquete-alimentação. “Até junho ou julho, as empresas operadoras vão credenciar todas as produções culturais que vão ter acesso com o vale-cultura”. Para que o trabalhador tenha acesso a esse benefício, porém, a empresa para a qual ele trabalha tem que estar interessada, salientou a ministra. “Não é obrigado por lei ela entrar”.
Marta destacou, também, que só poderá participar quem ganha até cinco salários mínimos, ou o equivalente a R$ 3.390. “R$ 45 a empresa paga, R$ 5 o empregado paga”. Ela disse que, para o empregador, a iniciativa é interessante, porque a empresa pode descontar esse gasto do Imposto de Renda. “Esses R$ 50 que ela coloca para o trabalhador são como um aumento de salário. Só que não é tributado. Então, todo mundo vai ficar feliz. Acho que vai ser muito bom”.
O processo será iniciado por grandes empresas estatais. Marta Suplicy confirmou que a primeira estatal interessada são os Correios. “Vamos ver se ela vai conseguir ficar pronta primeiro”. Ela espera que as demais empresas comecem a se habilitar para participar do benefício.