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Militares ordenaram silêncio sobre tortura de Rubens PaivaComissão da Verdade revela que Rubens Paiva foi morto sob torturaDocumentos divergem sobre "fuga" do ex-deputado Rubens PaivaMorte do ex-deputado Rubens Paiva ganha mais detalhes com documentos oficiaisMilitar admite farsa na morte de Rubens PaivaMinistro da Justiça diz que documentos sobre prisão de Rubens Paiva são reveladoresO coordenador da CNV, Cláudio Fonteles disse que a comissão está investigando e espera poder chegar em breve aos nomes da equipe que torturou e executou o ex-deputado, bem como de quem foi a ordem. De acordo com Fonteles, três pessoas seriam as responsáveis pela morte de Paiva. Uma delas já teria morrido. “Nós temos provas documentais sobre o caso e estamos tomando providências para ouvir essas pessoas,” revelou.
Durante a entrevista, Vera se emocionou ao lembrar do pai e disse que embora a Comissão de Anistia tenha reconhecido a morte de Rubens Paiva, em 1997, o fato de não ter informações sobre as circunstâncias da morte do ex-deputado sempre angustiou a família. “Eu resolvi essa questão em 1981 quando tive que dizer pra mim mesma que meu pai estava morto. Minha mãe só resolveu isso em 1997, quando recebeu o atestado de óbito no governo de Fernando Henrique Cardoso”.
Acompanhada durante a entrevista por amigos que também participaram da luta pela anistia e pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, Vera disse que também espera que outros casos sejam investigados e esclarecidos pela CNV. “Temos vários casos de mais famílias que a gente precisa ajudar a investigar,” disse.
A versão oficial da ditadura militar indicava o ex-deputado como desaparecido. Na versão divulgada pelo 1º Exército, Rubens Paiva foi resgatado por militantes de esquerda no dia 22 de janeiro de 1971, enquanto estava sob custódia dos militares. As investigações da Comissão Nacional da Verdade indicam que o ex-deputado foi assassinado, sob tortura, nas dependências do DOI-Codi do Rio de Janeiro.