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Estado de Minas

Acusação de Marcos Valério contra Lula será avaliada em Minas


postado em 07/02/2013 06:00 / atualizado em 07/02/2013 07:21

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou nessa quarta-feira ao Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF) trechos do depoimento de Marcos Valério em que ele acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de envolvimento com o mensalão. Gurgel quer que o caso seja investigado junto com outros processos sobre o assunto que tramitam na Justiça de Minas Gerais. Caberá aos procuradores no estado avaliar se há suspeita contra Lula que justifique transformá-lo em alvo de inquérito ou processo judicial.

“Nós constatamos que lá (em Minas) já existe um procedimento decorrente de um desmembramento determinado pelo ministro Joaquim Barbosa que trata de assunto relacionado ao mensalão mas não foi compreendido na Ação Penal 470. Provavelmente será juntado a um procedimento relacionado ao esquema do mensalão”, afirmou o procurador-geral depois da cerimônia de posse de Sérgio Kukina como ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na semana passada, Gurgel havia informado que o documento deveria ser enviado à primeira instância em São Paulo, onde Lula mora. O caso não foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) porque o ex-presidente não tem o direito ao foro especial que o cargo lhe proporcionava.

Valério prestou depoimento em setembro à Procuradoria Geral da República (PGR). Como o julgamento do processo do mensalão já estava em curso, não foi possível juntar o novo fato à investigação. No depoimento, ele afirmou que Lula teria autorizado os empréstimos que financiaram o pagamento de propinas a deputados da base do primeiro governo do ex-presidente e que o petista teria recebido dinheiro do esquema para saldar despesas pessoais.

O operador do mensalão teria procurado a PGR após ser condenado pelo Supremo a 40 anos, dois meses e 10 dias de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas no processo sobre o caso. Em troca do novo depoimento, Valério queria obter proteção e redução da pena. Ele ainda pode conseguir a condição de protegido, mas não obteve a redução da pena. Por meio de sua assessoria, o Instituto Lula informou que não se pronunciaria sobre o assunto.


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