Jornal Estado de Minas

Após ser demitido por Dilma, ex-ministro tenta uma reaproximação do governo

Agência Estado
O presidente do PR e líder da bancada no Senado, Alfredo Nascimento (AM), disse nesta quinta-feira que espera que o governo reconheça a importância do partido que preside na coalizão. Alfredo Nascimento, o vice-líder do PR no Senado, Antonio Carlos Rodrigues (SP), e o líder da bancada na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), reúnem-se também nesta quinta-feira com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
Nos últimos meses, o governo Dilma tem feito movimentos de reaproximação com a cúpula do PR, sem cargos no primeiro escalão desde que o próprio Alfredo Nascimento foi demitido por Dilma, em julho de 2007, do Ministério dos Transportes, na esteira de acusações de irregularidades. Desde então, o partido está sem representante na Esplanada dos Ministérios.

A especulação é que o governo queira alocar o senador Blairo Maggi (PR-MT) nos Transportes ou na Agricultura. Ela conversou com ele pessoalmente duas vezes nos últimos dias. Há, contudo, restrições ao nome de Blairo na bancada do PR da Câmara e no Senado. Integrantes do partido afirmam reservadamente que o senador mato-grossense tem tido atuação independente das bancadas e lembram que, no final do ano passado, ele chegou a apresentar uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre se poderia deixar o PR sem perder o mandato.

Alfredo Nascimento afirmou que não vai a Dilma pedir cargos. "Vou para ouvir", disse. Anthony Garotinho falou que o partido não pode ficar sem identidade definida. "A gente só quer uma definição: ou se é governo ou se é oposição", disse Garotinho. Questionado sobre se ser governo implicaria em ter um ministério o líder do PR na Câmara respondeu que o partido precisa ter "um espaço político". "Somos políticos. PT tem ministério, PMDB tem ministério", afirmou.