Depois de gastar cerca de R$ 2 milhões em aluguel de dois edifícios que nem sequer usou, a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg) planeja aumentar os valores dos serviços que presta ao público. A proposta de reajuste foi enviada ao colegiado de vogais da autarquia e deve ser decidida nos próximos dias, mas os novos valores em análise não foram revelados. Enquanto isso, a sede da empresa será transferida da Avenida Olegário Maciel, no Centro da capital, para a Rua Sergipe, no limite do Centro com o Bairro Funcionários. A mudança está sendo feita durante o carnaval. Com isso a Jucemg ficará fechada para o público após o feriado e só voltará a funcionar na segunda-feira, dia 18.
A Junta Comercial presta dezenas de serviços, com preços que vão de alguns centavos a R$ 282,80, caso do registro de um consórcio ou grupo de sociedade. Alguns dos mais solicitados pelo público custam R$ 165,53 e são: contrato social, alteração contratual, ata de reunião de sócios, ata de assembleia de sócios, documento substitutivo da ata de reunião ou de assembleia para sociedades empresárias.
Desde que assumiu o cargo, Angela Pace decidiu que deveria reformar ou mudar a sede da autarquia estadual. A primeira alternativa foi a reforma. Enquanto as obras deveriam ser feitas, foram alugados dois prédios, ambos na esquina da Rua Rio de Janeiro com Rua Gonçalves Dias, no Bairro de Lourdes, região com o metro quadrado mais valorizado da capital.
Os prédios foram alugados na modalidade dispensa de licitação. Ou seja, não houve concorrência e o local foi eleito pelos representantes da Jucemg como o ideal. Porém, depois dos contratos de aluguel assinados, o Departamento de Obras Públicas de Minas Gerais (Deop-MG) concluiu que o custo da reforma da sede, na Avenida Santos Dumont, no Centro de Belo Horizonte, seria de R$ 15 milhões e que com as implicações indiretas (aluguel dos prédios e reformas dos locais provisórios) chegaria a R$ 25 milhões. Com o aluguel sendo pago e as reformas iniciadas nos dois edifícios, a comissão criada para decidir sobre a mudança da Jucemg entendeu que a reforma da sede não atenderia os objetivos.
ALUGA-SE Os dois prédios alugados e não utilizados estão vazios e com faixas procurando inquilinos. Quem quiser alugar o Edifício Nair Muzzi e o Edifício Roberto Magalhães Penna terá que pagar R$ 110 mil e R$ 80 mil por mês, respectivamente. Considerando que os contratos entre a Jucemg e os donos dos prédios vigoraram por pelo menos 10 meses do último ano, a Jucemg gastou quase R$ 2 milhões, somente com aluguel, sem usufruir dos prédios. Isso sem contar o que foi investido em melhorias, valor não informado pela autarquia.
A alternativa foi buscar um imóvel para comprar. O escolhido foi um prédio, na Rua Sergipe. O contrato de aluguel foi feito com opção de compra. O prédio repleto de problemas da Avenida Santos Dumont será vendido e a negociação será de responsabilidade da Minas Gerais Administração e Serviços S.A. (MGS), empresa vinculada à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão.