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Candidatos ao governo de Minas em 2014 já estão em campanhaDeputados utilizam verba de custeio para pagar gastos de campanhaFinanciamento público exclusivo para campanhas eleitorais divide o CongressoJuristas que estudam mudanças no Código Eleitoral entregam propostas ao Senado até junhoCajado é contrário a uma alternativa difundida para redução de custos nas eleições, que propõe unificar a data dos pleitos municipais, estaduais e federais, fazendo com que o país deixe de realizar eleições de dois em dois anos. “Interpus esse projeto com o intuito claro de reduzir os custos das campanhas, mas sem aderir à ideia de unificação das eleições.” Para ele, a realização simultânea dos pleitos causaria confusão no eleitor e haveria risco de um grupo político vencer ou perder de forma avassaladora.
Fidelidade
O deputado estadual e tesoureiro da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), Alencar da Silveira Jr. (PDT), tem uma visão diferente e acredita que a unificação das eleições é uma medida duradoura, que trará não só vantagens econômicas mas também benefícios políticos para o país. “A unificação acaba com a grande indústria dos partidos políticos que nós temos hoje. Se as eleições forem juntas, vai ter que haver fidelidade partidária. Isso acabará com a farsa dos partidos. O candidato a presidente e o candidato a vereador terão que fazer um discurso alinhado, eles terão que falar a mesma linguagem, diferente do que ocorre hoje”, justifica.
A Unale planeja realizar em abril o primeiro encontro para a unificação das eleições, em Santa Catarina. O objetivo, conta Alencar, é iniciar uma coleta de mais de 1 milhão de assinaturas para apresentar projeto de lei de iniciativa popular no Congresso. Em Minas Gerais, o deputado afirma que a Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já foram contatadas e devem participar dessa mobilização. Em dezembro, o senador Roméro Jucá (PMDB-RR) apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 71/2012, que tem a intenção de unificar as eleições em 2022.
Desconfiança O cientista político e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Malco Camargos desconfia de ambas as propostas e defende que haja uma mudança mais profunda no sistema eleitoral brasileiro. Para ele, a redução do período de campanha não diminuiria muito os custos, mas prejudicaria o debate eleitoral. “Atualmente, a campanha só começa mesmo depois que começa o horário eleitoral gratuito, 45 dias antes da votação. Antes disso, as agendas são muito mais presenciais, de contato direto com o eleitor, e têm baixo custo. Restringir o tempo de pré-campanha não traria benefícios para o eleitor”, argumenta.
Sobre a unificação das eleições, Malco admite que a medida reduziria os custos de campanha, mas pondera que ela dificulta o contato do eleitor com discussões locais. “As questões municipais ficariam fora do voto do eleitor. As questões nacionais chamam mais a atenção. O aumento do número de cargos em disputa confunde o eleitor. Isso diminuiria a qualidade do voto”, afirma. Malco refuta a ideia de que haveria maior fidelidade partidária em decorrência de tal mudança, defendida por Alencar da Silveira: “Isso não mudaria de forma alguma com a unificação”.