Brasília – Um evento para comemorar os 10 anos de governo do PT na quarta-feira é considerado por aliados e até adversários como a largada da campanha reeleitoral de Dilma Rousseff em duas frentes. A primeira, é propagandear as realizações desse período. A outra, começar a constranger os integrantes da base governista que cogitem aderir a projetos alternativos. Em conversas reservadas, estrategistas ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Dilma consideram que, no momento em que um aliado aplaude o que vem sendo feito na gestão petista e tudo é devidamente registrado, fica mais difícil alguém da base sair desse projeto, porque estará sem discurso. E é esse jogo que começa esta semana.
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PMDB mineiro aguarda ser recompensado com vaga no ministério de DilmaMinistros do PT se unem para garantir vaga para PMDB de Minas no ministérioDilma revê planos e amplia reforma em ministériosMarina lança novo partido e diz ser "nem oposição nem situação a Dilma"Tucano critica participação de Dilma Rousseff em evento do PTO parlamentar é um dos poucos a dizer abertamente o que pensa a respeito das duas pré-candidaturas. Ele não acredita que petistas migrarão para o partido de Marina, embora muitos tenham desfilado no evento de lançamento da Rede. A aposta de Devanir, entretanto, faz sentido, porque, a esta altura do campeonato, ainda é incerto que Marina consiga vencer os entraves burocráticos para formalizar a Rede até setembro deste ano, ganhando, assim, passe livre para concorrer às eleições de 2014.
O presidente do PT de São Paulo, deputado estadual Edinho Silva, vai na mesma linha de Devanir: “Estou entre os que defendiam que havia espaço no PT para a volta de Marina, porque o debate que ela propõe, de sustentabilidade, é uma das grandes prioridades do PT atualmente. Temos que respeitar a opção dela, mas não acredito que o nosso partido perderá quadros”, avalia.
Edinho Silva sonha com a manutenção da aliança com o PSB de Eduardo Campos. “Acho difícil que haja uma ruptura entre o PT e o PSB para 2014. Vejo Eduardo Campos como um grande aliado.” O petista nega que o evento em comemoração aos 10 anos do partido no governo, marcado para quarta-feira, em São Paulo, tenha como objetivo fortalecer a legenda para fazer frente ao crescente número de rivais em potencial.
O evento de São Paulo, entretanto, será o primeiro de uma série que o partido fará Brasil afora, com destaque para a Região Nordeste, sede da primeira reunião nacional do PT este ano. O ex-presidente Lula pretende aproveitar o encontro no Ceará – governado por Cid Gomes (PSB) – para atrelar o socialista à reeleição de Dilma. A iniciativa servirá para tirar fôlego de uma pré-campanha de Eduardo Campos no plano interno.