Vereadores de Belo Horizonte temem mais desgastes da imagem da Câmara Municipal de Belo Horizonte com a cassação do presidente reeleito, vereador Léo Burguês (PSDB). Depois de passarem dois anos sendo alvo de diversas denúncias, parlamentares assumiram o mandato com o discurso de retomar a imagem do Legislativo da capital mineira. Menos de dois meses depois de assumirem o mandato, um novo fato negativo atinge o poder municipal e mais uma vez o alvo foi o dirigente da Casa. O tucano foi culpado pelos colegas que não conseguiram a reeleição pela renovação recorde de 54% das cadeiras.
“Se queríamos virar a página, nós começamos com problema, talvez com situação pior do que a outra”, disse o vereador Adriano Ventura (PT). Segundo ele, a bancada petista quer mais transparência nas ações da presidência. “O Léo Burguês vai ter de repensar essas ações. Pessoalmente, eu espero que ele consiga resolver o caso”, acrescentou.
Bruno Miranda (PDT) afirmou que toda notícia negativa afeta “a imagem de qualquer instituição”. Mais cauteloso, ele não quis comentar a cassação de Léo Burguês. “É momento de ter serenidade, de trabalhar pela cidade”, disse Miranda. Já o vice-presidente Wellington Magalhães (PTN) se solidarizou ao colega. “É um momento muito difícil cabe recurso. Eu já passei por isso, sem bem o que é”, lembrou.
Comissão Léo Burguês (PSDB) retirou ontem da pauta de votações, depois de um pedido do secretário de Relações Insitucionais, Marcelo Abi-Saber, o requerimento protocolado na segunda-feira por 16 vereadores com pedido de abertura de uma comissão especial para apurar possíveis irregularidades no BRT – sistema rápido de transporte por ônibus –, cujas obras estão em ritmo lento.
Segundo Léo Burguês, o secretário disse que enviaria à Casa todas as respostas já solicitadas pelos vereadores do PT. “Não queremos abrir uma batalha contra a prefeitura”, justificou o tucano. A atitude do presidente irritou alguns parlamentares que tinham assinado o documento. A sessão ontem durou pouco mais de 10 minutos. (AM)