Brasília – O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse hoje que a apreciação da questão dos vetos presidenciais pelo plenário da Corte só depende de espaço na pauta, e não descartou votação já na semana que vem. Perguntado se deve liberar o assunto para pauta ainda nesta semana, o ministro disse que primeiro precisa checar se há espaço.
No ano passado, o ministro Luiz Fux suspendeu o processo legislativo de apreciação dos vetos à nova lei que trata dos royalties do petróleo e considerou que eles só poderiam ser votados pelo Congresso na ordem cronológica de uma fila que tem mais de 3 mil vetos pendentes.
Fux evitou responder se considera a questão dos vetos urgente, alegando que já fez sua parte ao decidir a liminar no final do ano passado. “Eu decidi logo a liminar, que foi em caráter de urgência, porque o veto ia ser votado [pelo Congresso] de maneira ilegal. Agora vamos ver se o colegiado entende que é urgente a ponto de disponibilizar a pauta”.
Fux disse que a reunião de ontem com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), correu dentro do previsto. O encontro não pode ser acompanhado por jornalistas, e os políticos entraram e saíram do Supremo sem dar declarações.
“Foi só isso, vieram trazer preocupações, que o Orçamento não está sendo votado, nem outras matérias. Eu disse que verificaria disponibilidade da pauta para procurar atender com sensibilidade a essa preocupação do Congresso”, explicou.
O ministro também garantiu que não se considera pressionado pelo fato de o Legislativo ter condicionado a votação do Orçamento à apreciação dos vetos pelo STF. “Eu entendo que [os presidentes] estão transmitindo preocupação que é deles. Deve ter movimento lá pressionando as duas Casas para resolver a questão primeiro. Só vamos entender por que estão pressionando quando decidirmos [os vetos no STF]”.
Estava programada para esta tarde reunião dos ministros Marco Aurélio e Celso Mello com parlamentares da oposição governista. Eles iriam rebater os argumentos da União, negando possibilidade de colapso financeiro e institucional se o Congresso apreciar os 3 mil vetos em ordem cronológica. Os políticos acabaram indo embora sem falar com os ministros, porque a sessão desta tarde se estendeu além do esperado.