PT e PSDB anteciparam nessa quarta-feira o primeiro round do que promete ser a luta pelo Palácio do Planalto em 2014. No mesmo dia, as duas legendas, que desde 1994 polarizam as disputas presidenciais, travaram uma batalha de argumentos e números sobre quem fez mais e melhor pelo país. Em Brasília, o PSDB desancou os petistas e apontou erros dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff. Em São Paulo, o PT, reunido para comemorar os 33 anos da legenda e os 10 anos no poder, fez comparações com o governo Fernando Henrique Cardoso (1995/2002) para ressaltar seu desempenho no comando do país. Batizada de O decênio que mudou o país, uma cartilha com as comparações entre os dois governos, com a foto de Lula e Dilma na capa, foi distribuída à militância.
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No fim da sessão, em entrevista coletiva, Aécio negou ser candidato à presidência. “O candidato do PSDB só vai ser conhecido em 2014. Agora estamos apenas discutindo a agenda do país, e estamos prontos para qualquer debate”, disse. Em tom crítico, recomendou: “É hora de o PT fazer autocrítica, reconhecer os gravíssimos equívocos no campo ético, no campo administrativo, os problemas sérios que estamos vivendo e vamos viver do ponto de vista econômico”.
Tempo esgotado
Assim como Aécio usou o número do PT para listar os 13 fracassos, em resposta o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI) utilizou o número do PSDB para listar os 45 acertos petistas em uma década de poder, mas não conseguiu concluir porque seu tempo se esgotou. Teve de parar no número 27. “O Brasil hoje come, se veste e se educa”, enfatizou Dias. Aécio foi aparteado também pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que tachou sua fala de elitista. “Acho que Vossa Excelência não constrói um discurso competitivo para quem é candidato a presidente da República.”
Cinco horas depois, durante a festa petista, foi a vez de Lula rebater o discurso de Aécio, com quem sempre teve uma boa relação pessoal. “É uma coisa muito interessante, porque vai permitir que os nossos senadores sigam para debater com ele”, ironizou o ex-presidente, que acusou a oposição de estar “fragilizada”. “Eles estão inquietos porque perceberam que estão sem valores, sem discurso, sem proposta. Tudo que eles pensaram em fazer nós fizemos mais e melhor”, comparou. “Por isso que nós queremos abrir esse debate. Se tem uma coisa que não temos medo é do debate.”
A exemplo do pronunciamento feito para apresentar a redução da conta de luz, Dilma afirmou que as críticas ao baixo crescimento econômico são tendenciosas. “Nosso governo está cada vez mais sólido. Enfrentamos com competência uma das maiores crises da história e estamos preparados para o futuro. A estabilidade é um dos nossos compromissos inabaláveis”, assegurou. “Ninguém duvide da nossa capacidade. (…) Os que duvidarem amargarão sérios prejuízos políticos e econômicos”, profetizou a presidente.
(Colaboraram Felipe Seffrin e Paulo de Tarso Lyra)