Jornal Estado de Minas

Petistas fazem comparações entre PT e oposição visando campanha eleitoral

Na festa do PT, Lula diz que resposta às críticas da oposição será dada com a reeleição de Dilma, que enumera realizações

Felipe Seffrin Paulo de Tarso Lyra
Cinco horas depois de o senador Aécio Neves (PSDB-MG) subir à tribuna do Senado para dizer que o PT tem como lógica a reeleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu razão ao provável candidato da oposição em 2014. Após um discurso político ácido e crítico em relação ao PSDB, Lula afirmou que a resposta do PT aos adversários deverá ser dada no ano que vem: “Só queria dizer que a resposta que o PT deve dar a eles é dizer que eles podem se preparar, podem juntar quem eles quiserem. Nós vamos dar como resposta a reeleição da Dilma em 2014. É essa a consagração da política do PT”, disse o ex-presidente, para delírio da militância, que o aplaudiu de pé.
A festa de ontem marcou o retorno do ex-presidente após uma longa ausência em aparições públicas provocada pela deflagração da Operação Porto Seguro e pelo indiciamento de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo. E Lula voltou afiado. Sobrou para os principais caciques do PSDB. Na véspera, em seu site pessoal, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia postado um vídeo declarando que o PT não tinha crescido, que “ficava de picuinha”, olhando para o passado. “Descobri que passar oito anos dizendo ‘nunca na história desse país’ perturbou eles. Nós queremos comparar. Nós não temos medo de comparação, inclusive comparação no debate sobre corrupção”, afirmou Lula.

Nesse momento, o ex-presidente foi aplaudido de pé pela plateia – estimada em mil pessoas. Lula lembrou, de maneira indireta, o escândalo do mensalão em 2005. “Eles achavam que eu nunca mais teria condições de me candidatar, que o PT estava acabado, que ficaríamos sangrando. Eis que voltou o Lulinha paz e amor com mais força ainda”, declarou.

Dilma Rousseff , por sua vez, desfilou as realizações e os números de seu mandato. Deu especial atenção à questão econômica, ponto central das críticas de tucanos e do PSB, que ameaça apresentar a candidatura de Eduardo Campos ao Planalto no ano que vem.

Ela afirmou que o Brasil provou ao mundo que os pilares econômicos e sociais não são incompatíveis entre si. “Estamos implementando uma política contra a crise sem perder o desenvolvimento sustentável”, disse, em uma clara resposta às críticas feitas pelos integrantes do novo partido de Marina Silva, a Rede Sustentabilidade. “Em 2013, essas medidas e resultados vão se ampliar ainda mais”, prometeu.

A presidente citou outro embate travado diretamente com os tucanos: a redução das contas de energia para consumidores residenciais e industriais. “Algumas pessoas questionavam a capacidade de suprimento energético do Brasil e a capacidade do governo de reduzir a conta da energia (…). Ou eles não conheciam a realidade brasileira, como é possível, ou não conheciam esse governo, como também é possível”, afirmou.