Iniciado na internet, o movimento pela destituição de Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência do Senado bateu, nessa quarta-feira, na porta do Congresso Nacional. Trinta manifestantes apresentaram a um grupo de sete parlamentares os resultados de duas petições on-line que, juntas, reúnem 2 milhões de assinaturas. A primeira, anterior à eleição da mesa diretora, pedia aos senadores para não votarem em Renan. A segunda, posterior à escolha, foi ratificada por 1,6 milhão de pessoas. Os manifestantes protocolaram ainda carta no Supremo Tribunal Federal (STF) endereçada ao presidente da Corte, Joaquim Barbosa, pedindo que a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra Renan seja analisada rapidamente.
Apesar da mobilização, o valor prático da petição se limita à manifestação de uma insatisfação popular. Por essa razão, a esperança dos grupos sociais que apoiam a destituição de Renan Calheiros da Presidência do Senado é o STF. Segundo o senador Randolfe Rodrigues, se a Suprema Corte acatar a denúncia, nova representação contra Renan será apresentada ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.
Em 2007, Renan Calheiros renunciou ao cargo de presidente do Senado após denúncias de que teria despesas pessoais pagas por um lobista. Naquele ano, o Conselho de Ética aprovou o relatório pela cassação do peemedebista, mas o plenário o absolveu após ele renunciar ao comando da Casa.
Antes do encontro no Senado, os manifestantes estenderam no gramado do Congresso Nacional uma bandeira do Brasil com a frase: “1,6 milhão dizem: Fora, Renan! Será que o Senado vai ouvir?”.