Movimentos sociais e organizações estudantis estão preparando uma série de manifestações para o final de maio. A Jornada de Lutas da Juventude Brasileira pretende pautar temas como o financiamento público da educação, a melhoria das condições de trabalho e a violência contra jovens nas periferias. “Não nos deteremos onde os governos param. Iniciamos aqui uma caminhada de unidade e luta por reformas estruturais”, diz o manifesto assinado por 30 entidades, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Foi realizada neste sábado, no Sindicato dos Químicos de São Paulo, na região central da capital, uma das plenárias nacionais que irão definir o formato das manifestações. Foram discutidos desde os temas até a organização das manifestações.
Segundo a militante do Levante Popular da Juventude Carla Bueno, que compôs a mesa da plenária, um dos desafios é mobilizar os jovens que tiveram acesso ao ensino superior por meio das políticas sociais dos últimos anos. “A nossa tarefa na jornada de lutas é mobilizar essa juventude de que hoje está dentro da universidade, mas que não necessariamente tem condições de se estabelecer dentro daquele espaço”, ressaltou.
As condições de vida desses jovens dificultam, na opinião de Carla, a participação em movimentos políticos. “Quando você trabalha oito horas por dia, vai estudar de noite em uma universidade particular que, muitas vezes, tem o ensino extremamente voltado para o técnico, é complicado estimular a mobilização”, exemplifica.
Para a militante, as oportunidades de aproximar esses jovens da política ocorrem por meio de demandas concretas. “Eles se organizam a partir da necessidade de atendimento estudantil, das demandas reais que eles vão sentindo e, com isso, a gente vai debatendo o modelo de sociedade que a gente quer construir”, diz.