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Se depender da atual administração municipal, Ernandes não precisa ter pressa. De acordo com o secretário de Obras Diogo da Cunha Tavares, a prefeitura ainda vai procurar saber qual a situação e avaliar se o projeto é viável. “O prefeito anterior queria fazer a Avenida Perimetral para ser uma segunda saída da cidade, mas ele não desapropriou os terrenos que dariam acesso à avenida”, explica. A administração atual tomou posse em janeiro, mas o secretário afirma que ainda “precisa pegar os projetos e ver a viabilidade”.
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Obras de pontes e viadutos que custaram milhões ficaram no meio do caminho em MGMoradores de Manga e Montalvânia esperam asfalto há 30 anosPonte construída há sete anos no Vale do Jequitinhonha até hoje não foi concluídaFerrovia do Aço é símbolo do desperdício e das obras inacabadas em MinasPopulação é a única prejudicada com atrasos de obras em MG; responsáveis ficam impunesRemendos e retomadas de obras públicas custam mais caro, aponta economistaTrem Em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas, uma situação parecida. A população comemorou em 2003 o início da construção de uma ponte na Avenida Jove Soares, que seria um novo acesso para a cidade. O trajeto aberto com o fechamento do canal que cortava a avenida passa pela linha férrea. Em 2011, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que administra a linha, comunicou à Prefeitura que seria necessário instalar no local uma cancela eletrônica. Em vez disso, a prefeitura colocou uma cancela comum, que necessita de um funcionário para coordenar o tráfego. Enquanto a situação não é regularizada, a ferrovia não libera o trânsito no trecho e o investimento de quase R$ 1,3 milhão transformou-se em mais uma obra sem utilidade.
A principal entrada do município, para quem trafega pela MG-050, continua sendo a Rua Silva Jardim. O problema é que, pouco antes de chegar ao Centro, a via passa por um cruzamento da linha férrea. São pelo menos quatro acessos, de mão dupla, que se cruzam e causam um verdadeiro caos no trânsito, especialmente nos horários de pico.
O projeto da ponte foi feito durante o último mandato de Osmando Pereira (PSDB), que em janeiro assumiu a prefeitura pela quarta vez. O sucessor dele, Eugênio Pinto (sem partido) – que ficou à frente do executivo municipal por 8 anos –, concluiu a obra em dezembro de 2012. A construção da ponte envolveu o fechamento do canal da Avenida Jove Soares e prevê ainda a construção de duas rotatórias, que nem começaram a ser feitas.
De acordo com a secretária de Meio Ambiente de Itaúna, Carla Pimentel, a prefeitura entrou em contato com a empresa responsável pela obra, que terá prazo de 90 dias para trocar a cancela. “Eles tem até março para resolver essa situação, mas verbalmente, a empresa se comprometeu a entregar a ponte em março. Sabemos que o trânsito na principal entrada da cidade é realmente tumultuado e entendemos a importância dessa obra para Itaúna”, afirma Carla.
A assessoria da FCA informou que em 2009 foi firmado convênio entre a empresa e a prefeitura, na qual ficou estabelecida a responsabilidade do município de instalar e operar cancelas automatizadas nas passagens em nível da Rua Silva Jardim e da Avenida Jove Soares. Ela informou ainda que a ferrovia tem mantido diálogo com a atual administração “no sentido de orientá-la na finalização dos ajustes técnicos necessários para que as passagens em nível sejam liberadas com segurança ao tráfego de pessoas e veículos”.