O Ministério Público de São Paulo encaminhou ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, cópia de um depoimento do analista de sistemas Roberto Grobman que denuncia o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) por suposto enriquecimento ilícito e fraudes com recursos públicos quando exercia o cargo de secretário da Educação no governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Leia Mais
MP investiga denúncias contra deputado federal Gabriel ChalitaDerrotado na disputa pela prefeitura, Chalita já articula candidatura ao governo de SPChalita deve ganhar ministério por apoiar candidatura de Haddad em São PauloPresidente do PT de SP critica denúncias de corrupção contra deputado Gabriel ChalitaAssessor de José Serra levou a promotor homem que acusa Chalita de corrupçãoDepois de suspeita de irregularidades, Planalto desiste de Chalita no ministérioAlckmin diz ter 'confiança absoluta' em Chalita, acusado de enriquecimento ilícitoO relato de Grobman enviado à Procuradoria-Geral foi tomado em novembro de 2012 pelo Ministério Público. O denunciante afirma que, embora sem vínculo com a secretaria, era mantido como tal, com direito à sala e secretária. Ele aponta lista de eventos e contratações na gestão Chalita que teriam sido marcados por irregularidades.
Alguns episódios são públicos desde 2008 e já foram submetidos ao Ministério Público. Um caso se refere à Editora Raiz, aberta em 1994 e que Chalita teria omitido em declaração de bens. Na ocasião, a liderança do PT na Assembleia pediu inquérito ao Ministério Público Federal. Chalita disse que era tudo “uma bobagem” e que a editora “nunca gerou um tostão”. O caso já foi arquivado, como outros citados por Grobman, inclusive sobre ampliação patrimonial do deputado. O STF na época recebeu o inquérito 3298. O parecer da Procuradoria-Geral da República foi pelo arquivamento, homologado pelo ministro Celso de Mello.
Outro caso é relativo ao projeto Canal do Saber, que tinha como meta a reprodução de programas educativos de TVs para os alunos e professores da rede de ensino estadual, mas foi interrompido diante da suspeita de rombo de R$ 4 milhões a partir de contrato para fornecimento de antenas parabólicas.
Aliados de Chalita afirmam que a investigação da promotoria mostrou que o contrato foi assinado pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e não pela secretaria - o aditamento foi assinado após a saída de Chalita. O Tribunal de Contas do Estado impôs multa ao responsável pelo contrato.
Chalita, em nota, já negou as denúncias e desafiou o acusador. “Qual o interesse deste senhor e quais são as provas?”