Potencial candidato à Presidência da República, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, preferiu não polemizar com seu correligionário, Ciro Gomes, que afirmou nesse domingo, em Fortaleza, que o considera desprovido de visão e de projeto para o país. "Discordo da opinião dele e essa não é a opinião do partido", reagiu Campos, presidente nacional do PSDB, nesta segunda, depois de fazer palestra na abertura de seminário promovido pela revista Carta Capital, no Recife, com o tema "Nordeste: como enfrentar as dores do crescimento".
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"Isso não é nenhuma novidade, ele (Ciro) vem falando isso, só que desta vez ele falou em relação a Dilma, a Aécio, a Marina, a todos", disse ao comentar que a crítica de Ciro referiu-se também à presidente - lançada à reeleição semana passada pelo ex-presidente Lula - e aos possíveis candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva, que está criando um novo partido, o Rede Sustentabilidade.
Indagado se o caminho de Ciro será a saída do PSB, o governador observou que o PSB é um partido democrático, no qual as pessoas têm direito de ter suas opiniões. "Mas o debate sobre o que o partido vai fazer ou deixar de fazer deve ser travado no momento certo, nas instâncias certas", afirmou.
Sobre uma eventual movimentação do governo federal para tirar o PSB do páreo na disputa presidencial em 2014 - com a eventual ajuda dos irmãos Ciro e Cid Gomes, governador do Ceará - Eduardo reiterou o discurso de que o partido não está pensando nisso. "É hora de juntar o Brasil, discutir o que interessa com a população", disse, ao frisar "o tamanho do desafio que o País tem pela frente: vencer as desigualdades regionais".
O governador disse que não irá comparecer ao encontro do PT em Fortaleza, dentro das comemorações dos 10 anos da legenda no governo federal - "o partido será representando pelo vice-presidente Roberto Amaral".
Desenvolvimento regional
Na palestra, Eduardo Campos destacou que estudos do Banco do Nordeste indicam que se o Nordeste crescer 1% acima do Brasil, serão necessários 46 anos para se igualar à renda média regional com a nacional. Se este crescimento for 3% acima, será preciso um período de 16 anos. Para ele, o caminho é uma política de desenvolvimento regional que se transforme num sistema, para que não se dependa de governante A ou B, mas que seja uma política de País - o que ainda inexiste.
"O que existem são iniciativas do governo, fundos, políticas setoriais para a região", afirmou. Ele elogiou o esforço feito em 2007, pelo governo do ex-presidente Lula para definir uma política que está sendo discutida neste momento, por iniciativa do governo federal. Lembrou que no ano passado, foram realizados encontros nos Estados para desenhar essa política e no final deste primeiro semestre, haverá uma conferência, em Brasília, convocado pelo próprio governo federal, para definição desta política e deste sistema. "Acho uma bela iniciativa".