O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou nesta terça-feira que "de forma nenhuma" vai retirar sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro no próximo ano. Na segunda-feira o diretório fluminense do PMDB cobrou em nota a desistência de Lindbergh e o apoio do PT ao nome do atual vice-governador Luiz Fernando Pezão sob a ameaça de não garantir palanque para a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff no Rio.
Segundo o senador, "as coisas não funcionam assim, dando ultimato na presidente da República, senão não vamos apoiar". Para ele, a nota não representa força, ao aparentar que a candidatura do PT esteja incomodando, mas demonstração "talvez de fraqueza". O petista lembrou que seu nome foi aprovado por unanimidade em convenção estadual do partido. "Nós vamos continuar caminhando. Vamos caminhar, mas se o PMDB quiser lançar candidatura própria deles, eles estão no seu direito. Não pode, na convenção deles, decidir sobre o que a gente vai fazer. Quem decide é a gente", disse.
O petista garantiu que também "não vai haver" um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidente da República para que ele retire a candidatura. Como forma de mostrar o aval da cúpula do PT, ele lembrou que o publicitário João Santana, responsável pela campanha de Dilma em 2010, foi quem coordenou o programa partidário estadual do PT que foi ao ar no final de semana.
Lindbergh Farias isentou o atual governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), de responsabilidade pela nota, embora a reportagem tenha apurado que o pronunciamento tenha contado com o aval do chefe do Executivo estadual. A nota foi assinada pelo presidente do diretório regional do PMDB, Jorge Picciani, que perdeu a disputa ao Senado em 2010 para Lindbergh.