A Prefeitura de Mariana, na Região Central do estado, terá de demitir 100 funcionários comissionados, depois da aprovação relâmpago de dois projetos de lei de autoria do Executivo. Por determinação da Justiça, o prefeito Celso Cota (PSDB) tem de publicar até esta quarta-feira a exoneração de todos, sob pena de multa diária de R$ 2 mil para cada funcionário que permanecer no posto. Os nomeados recebem salários que chegam a R$ 8 mil.
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Prefeito eleito de Mariana é um conhecido ficha-sujaMinistério Público recomenda demissão de servidores não concursados em DivinópolisTribunal de Contas de MG quer cobrar mais de R$ 8 milhões de servidores públicosFuturo de prefeito depende de um voto do Tribunal de Justiça de MGPrefeitura de Mariana dribla ordem da Justiça para demitir 100 servidores comissionadosCid Gomes defende reeleição de DilmaSete dias após a aprovação dos projetos a Justiça já havia concedido uma liminar determinando ao prefeito que não nomeasse ninguém para os novos cargos. Apesar dessa decisão, a prefeitura publicou em 30 de janeiro uma edição extraordinária de seu diário oficial com a relação de todos os 100 nomeados, com data retroativa à liminar que determinou a suspensão, como se eles tivessem sido indicados para os cargos antes da decisão judicial. Por causa disso, o autor da ação popular entrou com um novo pedido de suspensaõ das indicações políticas alegando descumprimento da decisão liminar. Procurada pela reportagem, a prefeitura não se manifestou.
Novo projeto
Para tentar contornar o veto da Justiça aos novos cargos comissionados, o prefeito enviou para a Câmara projetos idênticos aos barrados, mas com informações sobre o impacto financeiro. Para agilizar a aprovação foi convocada uma reunião extraordinária marcada para a tarde de hoje. Nos projetos a prefeitura estima em cerca de R$ 2 milhões o impacto anual dos novos cargos na folha de pagamento, valor contestado pela oposição. O vereador Geraldo Sales de Souza (PDT), conhecido como Bambu, disse que as nomeações vão custar na verdade cerca de R$ 5 milhões por ano.
Ele alega também que não houve divulgação dos novos projetos no diário oficial do município, apenas publicação no site do legislativo. “Por que a pressa em votar esse projeto?”, questiona Bambu, um dos cinco vereadores contrários às propostas aprovadas em tempo recorde. O Legislativo de Mariana tem ao todo 15 vereadores. Segundo ele, com o aumentos dos cargos, a cidade, que tem 54 mil habitantes, vai passar a ter cerca de 450 funcionários comissionados.