O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira seus adversários, afirmou que eles têm "bronca" dele e da presidente Dilma Rousseff e avaliou que a oposição e os formadores de opinião pública nunca quiseram a eleição dos dois. "Essa gente nunca quis que eu e a Dilma ganhássemos as eleições, que a gente fosse progressista", disse o ex-presidente durante evento em comemoração aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT). "A bronca que eles tinham de mim era (em relação ao) meu sucesso e agora é o sucesso da Dilma."
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"É preciso reconhecer que o País mudou muito, inclusive na questão da comunicação. Nos anos 80, qualquer imbecil se achava formador de opinião pública", disse. "Nesse País, formadores de opinião pública eram contra a campanha das diretas, contra a derrubada do Collor", criticou.
O ex-presidente reclamou ainda da falta de espaço para o movimento sindical na imprensa e cobrou um mapeamento de toda a mídia do setor para que esse segmento se organize. "É uma arma poderosa, mas totalmente desorganizada. Por que a gente não organiza a nossa mídia, dá formatação, um pensamento coletivo, mais unitário?", indagou.
Lula pediu uma mudança de postura da CUT, cobrou que a central sindical e seus dirigentes saiam às ruas, deixem os prédios e viajem mais pelo País. Recomendou ainda que conversem mais com a presidente Dilma "porque mulher sempre trata melhor que o homem". Após manifestações da plateia sobre a fama de rígida da presidente, Lula emendou: "Mesmo quando a mulher é mais dura, é mais flexível que o homem."
Na saída do evento, Lula disse, em uma rápida conversa com jornalistas, que apoia a marcha dos trabalhadores a ser realizada em 6 de março. "Todas as reivindicações são justas. Agora, só precisa saber se o governo tem condições de atender", comentou.