O PSD reuniu sua executiva nacional nesta quarta-feira em Brasília para acelerar o processo de consultas aos diretórios regionais sobre a adesão do partido ao governo Dilma Rousseff e o apoio à reeleição da presidente em 2014. Nessa primeira reunião, três diretórios, Bahia, Rio Grande do Norte e Rondônia, já oficializaram sua posição nessa direção e a intenção dos caciques é fazer um anúncio formal da adesão no próximo mês. Como contrapartida, o PSD espera ocupar espaços no governo, ainda que o discurso oficial seja de não vincular os dois assuntos.
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PSD do ex-prefeito Kassab estreia na Mesa Diretora da Câmara dos DeputadosKassab é vaiado por militantes petistas em evento do PTHaddad retoma obras da gestão de kassab que estavam com mais de um ano de atrasoGoverno amplia vagas na Caixa para atender partidários de kassabKassab terá aval de líderes do PSD para apoiar DilmaNa reunião, porém, as manifestações foram mais diretas. Eleito segundo vice-presidente da Câmara, Fábio Faria (RN) destacou que o partido já vota há um ano com o governo sem ter cargos. O deputado Júlio César (PI) observou que o PSD deveria ter um espaço equivalente a sua bancada, a terceira maior na Câmara entre os aliados. "Se for para participar do governo, que seja algo do tamanho da grandeza que representamos", disse o deputado piauiense, que reclamou ainda da falta de empenho de emendas parlamentares.
Secretário-geral do partido, Saulo Queiroz afirma que esse processo de consultas deve ser concluído em março. "Nós sabemos de antemão a disposição de apoiar Dilma de praticamente todos do partido", disse. Para atender a partidários que têm divergências com o PT em seus Estados, o discurso está pronto. "O alinhamento com a candidatura da presidente Dilma não significa alinhamento com o PT nos Estados", afirmou Queiroz.
Apesar da expectativa de ocupar espaços no governo ser latente, o assunto é tratado somente nos bastidores. Com a indicação do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, dada como certa para a pasta de Micro e Pequenas Empresas, a legenda pressiona para tentar ocupar um segundo ministério. Como o mês de março também é o da reforma ministerial programada pela presidente, o PSD corre para aderir ao governo o mais rápido possível e poder ser considerado nas mudanças.
O foco na disputa nacional não impediu manifestações dentro da Executiva por candidaturas nos Estados. A prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Veras, defendeu uma candidatura de Kassab ao governo de São Paulo. Ele desconversou e afirmou que o tema será discutido pelo diretório de São Paulo, mas reiterou que a intenção do partido é, sim, de disputar o maior número de governos possíveis. Outro político presente que foi lançado ao governo foi o vice-governador da Bahia, Otto Alencar. Ele não comentou o tema. Otto é vice do petista Jaques Wagner e há no PT uma disputa por sua sucessão.