Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha sinalizado ao PMDB na semana passada que Michel Temer será o candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff em 2014, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), defendeu nesta quinta-feira que o presidente de seu partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ocupe o posto. "É o que eu defendo e o nome do partido é o Eduardo", disse Cid na chegada ao seminário sobre os 10 anos do PT no governo federal, realizado nesta noite em um hotel de Fortaleza.
Questionado sobre como poderiam convencer o PMDB a abandonar o posto, Cid respondeu: "Faz parte do processo. Em política, não há concessão. Ninguém dá nada de presente para os outros. A gente conquista com luta e com força". O governador utilizou o argumento de que os peemedebistas já presidem as duas Casas Legislativas. "Achamos que podemos, diante do quadro em que o PMDB já ocupa a presidência do Senado e da Câmara, o PSB pode criar seu espaço no cenário nacional", defendeu Cid.
Sobre as declarações do ex-deputado federal e seu irmão, Ciro Gomes, de que Eduardo Campos não estaria preparado para governar o País, Cid desconversou. "Política é uma coisa muito mais séria para que se defina em função de ocasionalidade ou declarações pontuais", tergiversou.
Mágoas
Na chegada ao evento do PT, a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, disse que foi um erro ter confiado em Cid Gomes. "Foi o maior erro que cometi na política até hoje: um dia ter acreditado nele". Luizianne não escondeu a mágoa do processo de sucessão municipal que culminou com a derrota do PT de seu afilhado Elmano de Freitas para o PSB de Cid e de seu indicado Roberto Claudio. "Fiquei muito chocada com o que aconteceu em 2012, até porque veio de um antigo aliado e de pessoas que saíram (do governo estadual) no período eleitoral para se candidatar", reclamou. A petista lembrou das críticas que vem sofrendo nas últimas semanas de seu sucessor. "Foi um processo muito duro e desonesto", concluiu. Cid não quis comentar as declarações da antiga aliada.
Luizianne se reuniu nesta tarde por uma hora e vinte minutos com Lula. "Ele pediu novamente para que eu ficasse na presidência estadual do PT, para que eu fosse firme na condução do partido, para que eu reunisse o PT no interior do Estado e que era muito importante minha tarefa para 2014", contou.