O primeiro escalão da Prefeitura de Belo Horizonte, anunciado nessa quinta-feira pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB) sem pompas e sem políticos, sugere um governo com um forte viés técnico – com nove secretários sem vinculação partidária, dos quais José Lauro Nogueira acumulará a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura e a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), pelo menos até que seja aprovado projeto de lei com a reestruturação da pasta e do órgão, evitando sobreposição de funções.
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Partidos aliados de Lacerda buscam espaço no 2º e 3º escalões da PBHLacerda mescla perfil técnico e político para indicar nomes da equipe de governoTucanos queriam mais cargos na gestão de Lacerda na PBHCandidatura fora dos planos pode afastar Lacerda da PBH para campanha políticaMilitantes do PSB reclamam de falta de espaço na equipe da Prefeitura de BHPetistas perderam a eleição mas continuam com cargos na Prefeitura de BHO PSD também foi contemplado. Rachado nas eleições – a executiva estadual apoiou Patrus Ananias (PT) e a municipal lutou na Justiça para entregar dois minutos de seu tempo de televisão a Marcio Lacerda –, o partido indicou Camilo Fraga para a Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo. Ele é professor de MBA em gestão pública da Fundação Getulio Vargas e de MBA em gestão de projetos da UNA. Camilo foi deslocado da Diretoria Geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana.
Em “condomínio” com o PTN e o PSDC, o PSD indicou ainda Cristiano Lamas Pereira para a Regional Noroeste. Lamas foi exonerado no sábado passado do cargo de chefe de gabinete parlamentar do deputado estadual Gustavo Valadares (PSD). A figura inaugurada do condomínio traduz o apoio de um conjunto de pequenos partidos e foi usada também na Regional Norte. Para comandar a regional foi indicado Elson Alípio Júnior, que, desde maio do ano passado, estava na Regional Nordeste. Embora seja filiado ao PR, teve apoio do PSL e do PTdoB para ganhar o cargo.
GOVERNABILIDADE Assim como a Noroeste – e à exceção da Pampulha e Barreiro do PSDB –, as demais regionais foram destinadas às indicações de partidos aliados com cadeiras na Câmara Municipal. Lacerda pensou, assim, garantir a governabilidade. O PTB, que tem um voto na Casa e contribuiu com tempo para a propaganda gratuita da campanha eleitoral, ficou com a Regional Leste, indicando Elson Matos Costa, delegado-geral de polícia. Com dois vereadores, Jorge Santos e Juninho Los Hermanos, o PRB apontou Cláudio Sampaio para a Regional Venda Nova.
Com uma bancada de quatro vereadores estreantes e com o controle do vereador do PRP Marcelo Álvaro Antônio, o deputado federal Luís Tibé (PTdoB) indicou Haldley Campolina Vidal para a Prodabel. Enquanto Tibé dirige o PTdoB nacional, seu pai, Tibelindo Soares Resende, é presidente estadual do PRP. No “pacote” Tibé garantiu cinco votos no Legislativo municipal. O PV, que indicou o vice-prefeito Délio Malheiros na chapa de Lacerda e tem apenas um voto na Câmara, ficou com a regional Centro-Sul: o nome é Ricardo Ângelo, que trabalhava na Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude.
Apoiador desde o primeiro mandato de Marcio Lacerda, mas com apenas dois votos na Câmara Municipal, o PPS, que chegou a reivindicar a pasta de Educação, manteve a Nordeste, mas com troca de posições. Jorge Espeschit, que ocupava a regional, cedeu lugar para Geraldo Magela, presidente estadual da sigla. Já Espeschit assumiu a Fundação Zoo-Botânica.
Depois de anunciar os nomes em uma entrevista coletiva, Marcio Lacerda manifestou a expectativa de que a equipe que agora assume não concorra às eleições no ano que vem, o que forçaria a uma desincompatibilização. “Se houver intenção de disputar será necessário que o secretário se afaste o mais rapidamente possível”, disse.