Após dois meses, os projetos apresentados pelos vereadores de Belo Horizonte começam a ser apreciados. Trinta propostas estão tramitando na Comissão de Legislação e Justiça (CLJ), que é o primeiro passo até que se transformem em lei. Há desde proposições que alteram a legislação das zonas de proteção ambiental, permitindo a construção em lugares antes proibidos, até a inclusão dos profissionais de eventoS para serem homenageados no Dia do Garçom, comemorado em 11 de agosto.
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Léo Burguês e outros quatro vereadores são condenados pelo TRE a pagar multa Vereadores mostram preocupação com imagem da Casa após cassação de BurguêsDeputados estão proibidos de empregar vereadores em gabinetes da ALMGEntre os projetos do petista estão também propostas de parcerias para revitalização e pintura de prédios públicos e a inclusão do Cemitério do Bonfim nos roteiros turísticos da cidade, assim como acontece com o Père Lachese, em Paris, e o Recoleta, em Buenos Aires.
Joel Moreira Filho (PTC) apresentou 120 projetos, mas apenas um está entre os 30 em apreciação na CLJ: o que transforma o Dia do Garçom, em 11 de agosto, em homenagem também aos profissionais de eventos.
O vereador Coronel Piccinini (PSB) chegou a seu primeiro mandato com vontade de disciplinar a cidade. Entre suas propostas estão uma que obriga a colocação de cartazes explicitando que é vendida bebida alcoólica nos estabelecimentos comerciais e uma que obriga a disponibilidade de uma balança, para que os clientes possam conferir o peso dos produtos embalados. O vereador quer também que as sacolinhas ecológicas sejam gratuitas e que os comerciantes prejudicados por realização de obras públicas sejam indenizados.
Polêmico
O projeto que promete provocar maior polêmica é um apresentado pelo presidente da Câmara, vereador Léo Burguês. A proposta altera o Projeto de Lei 7.166, de 1996, a Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do solo, e acrescenta ao parágrafo único que veda a ocupação nas zonas de preservação ambiental (ZPAM) outros dois. No primeiro, permite o uso dessas áreas para moradias de interesse social destinadas a família com renda de até quatro salários mínimos.
No segundo, libera a comercialização das ZPAMs: “As áreas de propriedade particular classificadas com ZPAMs poderão ser parceladas, ocupadas e utilizadas respeitando os parâmetros urbanísticos previstos nesta lei”, diz o projeto. Na justificativa, Burguês escreve: “Essa proposta de alteração da Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo está em harmonia com o objetivo constitucional de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”.