Paulo de Tarso Lyra
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PMDB e PR estão de olho exatamente na mesma vaga, o Ministério dos Transportes, ocupado atualmente por Paulo Sérgio Passos. Apesar de filiado ao PR, a legenda não o considera um representante do partido e, segundo apurou o Estado de Minas, são menores as resistências da presidente a devolvê-lo ao cargo de secretário-executivo da pasta. O problema é que o PR, mais uma vez, tem dificuldades em apresentar um nome palatável ao Palácio do Planalto. O partido não aceita o convite feito por Dilma para o senador Blairo Maggi (MT) e quer a indicação de Luciano Castro (RR), que não é bem visto pelos aliados da presidente Dilma.
Insatisfação
A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ocupada pelo ex-governador do Rio e ex-deputado Wellington Moreira Franco, é o símbolo da insatisfação do PMDB com os cargos no primeiro escalão. Sem potencial eleitoral, ele é chamado às vezes de "ministério do futuro": faz estudos sobre temas diversos e produz propostas de políticas públicas, mas não executa as ações e acaba ofuscada pelos ministérios executores. "O produto que temos a oferecer é seminário e seminário não elege ninguém", diz Moreira Franco, depois de enumerar uma série de projetos em andamento na SAE.
A queixa no PMDB não é com as funções do ministério, mas com sua falta de peso político. "Chamar a SAE de ministério é piada. A diferença entre o status de ministério da SAE e sua real dimensão é a mesma entre o poder que acham que o PMDB tem e o que o partido tem na prática", diz o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
A SAE é apenas um exemplo. Os peemedebistas têm se queixado por ter cinco ministérios, mas nenhum deles de grande expressão. E, para decepção de muitos, no sábado a presidente Dilma, convidada da convenção do PMDB, em Brasília, fez seguidos elogios ao partido e a seu líder, o vice-presidente Michel Temer – mas nada falou sobre repetir com ele, em 2014, a dobradinha PT-PMDB. (Com agências)