Em época de articulação dos partidos para as mudanças nos ministérios da presidente Dilma Rousseff, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ocupada pelo ex-governador do Rio e ex-deputado Wellington Moreira Franco, é o símbolo da insatisfação do PMDB com os cargos no primeiro escalão. Sem potencial eleitoral, ele é chamado às vezes de “ministério do futuro”: faz estudos sobre temas diversos e produz propostas de políticas públicas, mas não executa as ações e acaba ofuscada pelos ministérios executores.
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A SAE é apenas um exemplo. Os peemedebistas têm-se queixado por terem cinco ministérios, mas nenhum deles de grande expressão. E para decepção de muitos, no sábado (02), a presidente Dilma, convidada da convenção do PMDB, em Brasília, fez seguidos elogios ao partido e a seu líder, o vice-presidente Michel Temer - mas nada falou sobre repetir com ele, em 2014, a dobradinha PT-PMDB.
“A SAE poderia ser um belo instrumento se participasse de fato da formulação. O que importa é a missão política que se dá ao cargo. Não vamos brigar por ministério, mas para participar das decisões. O ministério do Gilberto Carvalho (chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República), por exemplo, não executa ações mas é ouvido”, comparou Cunha.
Ligado ao vice-presidente Michel Temer e representante do PMDB na campanha de Dilma em 2010, Moreira evita comentar o prestígio da pasta. Prefere destacar os seus focos de atenção - primeira infância, sustentabilidade da classe média, estímulo ao investimento em florestas plantadas. O ministro tem profissionais experientes sob seu comando. O economista Ricardo Paes de Barros, um dos maiores especialistas no estudo da pobreza, é o secretário de Ações Estratégicas.