A presidente Dilma Rousseff (PT) anda muito receptiva aos pedidos dos governadores socialistas desde que passou a ver como factível uma candidatura do mandatário pernambucano, Eduardo Campos (PSB). Agindo para minar os apoios ao “quase” adversário, a presidente foi ao Piauí, está na Paraíba hoje e tem visita ao Ceará prevista para o dia 21. Na pauta, o anúncio de obras. A receptividade aos pleitos tem sido grande.
Ao governador do Ceará, Cid Gomes, prometeu apoio para a instalação de uma refinaria no estado, além da garantia de que o Centro de Treinamento Esportivo do Nordeste será em Fortaleza. Hoje, ao da Paraíba, Ricardo Coutinho, disse que vai destinar os R$ 70 milhões que faltam para a conclusão do Centro de Convenções de João Pessoa. Além disso, prometeu estudar pleitos de investimentos no Porto de Cabedelo e no Aeroporto Castro Pinto, em Bayeux.
O pacote de bondades ocorre quando o governador paraibano, presidente nacional do PSB, trabalha para viabilizar uma candidatura dentro da base. A visita prometida pela gestora, cancelada no mês passado, não tem data para ocorrer novamente e há quem diga que não ocorrerá até que Eduardo Campos desista da disputa.
Assim como no caso do Piauí de Wilson Martins, Dilma foi à Paraíba pela primeira vez como presidente. Lá, agiu para abafar um protesto de agricultores que ia espalhar carcaças de animais ao longo da via que liga o Aeroporto Castro Pinto, em Bayeux, ao bairro Jardim Veneza, onde ocorreu a solenidade de entrega de 576 casas do programa Minha Casa, Minha vida.
No palanque, Dilma reuniu Ricardo Coutinho e o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT). Os dois são inimigos políticos. Cartaxo, inclusive, um dos maiores críticos do socialista, venceu a candidata apoiada por Coutinho, Estela Bezerra, nas eleições municipais. No encontro, em seu discurso, o governador disse à presidente que quer que ela venha mais vezes à Paraíba e prometeu estar cada vez mais junto dela.
Assim como ocorreu no Ceará, quando Cid Gomes foi ao evento do PT e foi vaiado pelos petistas, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, teve que enfrentar uma sonora vaia dos aliados de Luciano Cartaxo.