Brasília – O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), respondeu pedido de informação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a reforma da previdência, aprovada durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e descartou que a votação no Congresso tenha sido comprometida por conta do mensalão, esquema de pagamento de propinas a parlamentares em troca de apoio a matérias de interesse do Palácio do Planalto. Segundo Calheiros, "os votos manifestados pelos deputados condenados não são passíveis de serem examinados e anulados pelo Poder Judiciário".
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A possível anulação da reforma foi levantada pelo ministro do STF Celso de Mello durante o julgamento do processo do mensalão. Para ele, as leis aprovadas com a presença de réus poderiam estar viciadas. A tese, no entanto, foi contestada por outros cinco ministros no julgamento. Nos bastidores, eles afirmam que, se forem provocados, devem convalidar as leis. Eles entendem que deve prevalecer o princípio da segurança jurídica, baseado no conceito de que desfazer algo vigente há anos não vale a pena diante dos problemas que isso ocasionaria.