Os Estados sustentam que as operações não foram lançadas para dissimular endividamento ou burlar regras da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). De acordo com a Secretaria da Fazenda de São Paulo, o principal motivo para fazer a “cessão de direitos creditórios” foi evitar o risco de variação cambial dos financiamentos externos. Segundo a pasta, a LRF só proíbe a antecipação de receita tributária nos casos em que o fato gerador ainda está por ocorrer - o que, na avaliação da secretaria, não ocorre. Além disso, ela argumenta, em nota, que o Estado só tem o dever de remunerar os investidores se houver arrecadação ou fluxo de caixa no futuro.
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Prefeitos e governadores comprometem o caixa de gestões futuras, denuncia TCUAcordo com o governo federal permitirá aos estados aumentar limite de endividamentoEndividamento dos municípios não alcança teto da Lei da Responsabilidade FiscalTCU terá projeto de governança em administração públicaTribunal de Contas da União aponta falhas sistêmicas na fiscalização do governoAnastasia libera reforço para cofres vazios de municípiosPSB propõe projeto que amplia endividamento estadualTribunal de Contas da União se engana ao interpretar Lei Fiscal, diz economistaA Secretaria da Fazenda de Minas também alega que o governador pode dispor de créditos gerados no passado, mesmo tratando-se de dívidas parceladas em longo prazo, cuja expectativa de arrecadação é para os anos que virão. “Não estou sacrificando receitas futuras, porque o fato gerador é pretérito”, argumenta o subsecretário do Tesouro Estadual, Eduardo Codo.
Equívoco
Para ele, não há vedação legal às operações e a abordagem do TCU é equivocada. “Não estamos buscando receitas de maneira irresponsável.” A Prefeitura de São Paulo negou que pretenda fazer operação de crédito “na surdina”. “Não estamos fazendo dívida, mas uma cessão de ativos. O município não estará garantindo risco, que é todo do investidor”, ressaltou o secretário adjunto de Finanças, Antônio Paulo Vogel de Medeiros. A Prefeitura de Belo Horizonte não quis se pronunciar, alegando que o caso ainda está sob análise do TCU