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Alckmin diz que SP perderá R$ 4 bilhões se veto aos royalties for revertidoVice-governador diz que Rio vai lutar para manter vetos aos royaltiesDilma diz que governo será obrigado a aceitar decisão do Congresso sobre royaltiesRelator da MP dos royalties do petróleo acredita que vetos serão derrubadosRJ quer que União antecipe royalties a não produtoresDecisão sobre royalties 'está com o Congresso', afirma Dilma Adams nega manobra do governo em novo texto sobre royalties do petróleoRio de Janeiro e Espírito Santo, estados ditos produtores, são os maiores interessados na manutenção do veto que impede a redistribuição dos royalties referentes a contratos já em andamento, já que perderiam recursos, ao contrário do que ocorreria com a maior parte das unidades da Federação. Para Minas Gerais, a derrubada desse dispositivo pode significar um acréscimo de mais de R$ 600 milhões em sua arrecadação anual.
O Palácio do Planalto negou tentativa de manobra com a modificação ontem, “por erro material”, no texto dos vetos. A falha teria sido identificado pelo Senado quando as cédulas da votação dos vetos foram impressas. A Casa teria, então, pressionado o Executivo a corrigir o problema, alegando risco de insegurança jurídica. De acordo com assessores do Planalto, o governo teria ficado "entre a cruz e a espada", tendo que escolher entre o risco de insegurança jurídica e a criação de um problema político, já que os estados ditos produtores de petróleo usariam a brecha para tentar suspender a votação.
Pela manhã, no entanto, a presidente Dilma Rousseff havia voltado a lamentar a posição defendida pela maioria do Parlamento e a possível derrubada dos vetos, embora tenha afirmado que aceitaria qualquer decisão do Legislativo. “Vivemos em uma democracia. O que o Congresso decidir é o que vai estar decidido”, disse Dilma em entrevista a rádios da Paraíba, antes de reafirmar sua posição: “O Brasil é um país que deu um grande passo na maturidade institucional, que foi respeitar contratos. Contrato feito é contrato respeitado”, avaliou. Ela defendeu também a destinação integral dos recursos à educação. “Não é possível que o Brasil gaste os royalties fazendo chafariz em praça, mas deve gastar fazendo creche, oferecendo alfabetização na idade certa”, afirmou. Dentro da própria base governista, entretanto, a grande maioria dos parlamentares defende a derrubada dos vetos.
Saiba mais - Justificativa em edição extra
No texto publicado no Diário Oficial de 30 de novembro, a presidente Dilma Rousseff vetou o artigo 4º da Lei dos Royalties, que tem dois incisos. Entretanto, o detalhamento explícito só aparece no primeiro deles. A justificativa sobre o segundo, que revoga a destinação dos royalties para o Fundo Social, não aparecia na publicação. “O veto ao artigo 4º e seus incisos I e II se justifica para assegurar a destinação legal dos recursos provenientes dos royalties ao desenvolvimento científico-tecnológico, notadamente às regiões Norte e Nordeste”, argumentou Dilma no Diário Oficial de ontem.